quarta-feira, 20 de agosto de 2008

AVELÃS DE CIMA - Património Cultural















Do património cultural e edificado desta freguesia são de se destacar: a Capela de Nossa Senhora das Neves, cuja edificação remonta ao século XVI e que foi classificada como Imóvel de Interesse Público, por Decreto n.º5/2002, DR. 42 de 19 de Fevereiro de 2002; o cruzeiro do século XVII, em S. Pedro; e a Igreja Paroquial de S. Pedro, fundada em 1173, tendo então por orago Santa Maria e S. Pedro.


































  • Arquitectura religiosa:















- Igreja Matriz de Avelãs de Cima, edifício medieval de 1173
















Os documentos consultados sobre a igreja de S. Pedro e as inscrições existentes na frontaria da mesma, do lado direito e esquerdo, dizem-nos que este templo começou a ser reedificado em 1743. As obras foram feitas na mesma.
















O padroado desta igreja foi secular, tendo sido padroeiro, à data da sua reedificação, Francisco de Almada, donatário da vila de Avelãs de Cima.
Na primitiva igreja existia uma inscrição na frontaria exterior, em letra gótica, a qual, terminada a reedificação da igreja, foi mudada para o lado de dentro, e colocada junto à pia baptismal.
Foi Prior desta igreja, Sebastião Pereira de Miranda Henriques, ascendente da CASA DA GRACIOSA.








Esta igreja foi ultimamente restaurada em 1957 e 1958, a expensas esta freguesia, sendo, então, pároco da mesma, o Reverendo P. José António de Jesus Capela.
Para além da ajuda material dos habitantes desta comunidade, que muito generosamente contribuíram para a realização deste restauro, esteve a iniciativa, a vontade férrea e o dinamismo do referido pároco, dispensando a esta obra toda a sua inteligência e entusiasmo contagiante, nunca regateando esforços. Exerceu muitas vezes a função de servente de pedreiro e de arquitecto, pelas proveitosas sugestões que apresentou.








_ Testemunhos Escritos:








Esculpido em letras latinas, na parte direita, no exterior da frontaria:
do templo, há uma inscrição que diz assim: "In era MCCXI fundara est, haec Eclesia in honorem DEY et Sanctae Mariae et Beati Petri Apostoli, quam prelatus Praesbiter fecit arque suorum Laycorum adjutorio. Pelagius Magister Scripsit;} .
TRADUÇÃO: No ano de 1211 foi construída esta igreja em honra de Deus, de Santa Maria e do apóstolo S. Pedro que o prelado presbítero fez com o auxílio dos seus leigos. Escreveu o Mestre Pelágio.

Em correspondência da parte esquerda, há outra inscrição alusiva à reedificação do templo, em 1743, que diz: «Anno Dii 1714 rehedificari coepit
haec eclesia, Beati Petri Apostoli, título decorara, eam regente Sebastiano Pereyra de Miranda Henriquez et operi praesidente qui haec scripsit, Emanuel de Andrade. Erat tunc Ecclesiae Procurator Joannes Rodiricus, qui operi rasidue incumbebat».
TRADUÇÃO: No ano de 1714, começou a ser reedificada esta igreja em honra do apóstolo S. Pedro, regendo-a Sebastião Pereira de Miranda Henriques, e presidindo aos trabalhos quem escreveu esta inscrição, Emanuel de Andrade. Era, então, Procurador da Igreja João Rodrigo, que acompanhava assiduamente o trabalho da reedificação.








_ Aspecto Artístico:














Do «INVENTÁRIO ARTÍSTICO DO DISTRITO DE AVEIRO – ZONA SUL» se transcreve: «Trata-se de um edifício vasto, alto e sólido, que mostra conjuntamente com outros, que havia bons mestres construtores regionais, na transição dos séculos.
A capela-mor cobre-se de abóbada de aresta, certamente de tijolo; o corpo, de madeira, aos caixotões rectangulares, formando doze séries de cinco.







Tem a porta principal duas travessas e opostas; dois arcos colaterais ao arco cruzeiro e mais dois cavados nos flancos junto aos ombros, todos eles destinados a altares; quatro janelas no corpo e dois janelões no santuário; torre à esquerda da frontaria com escada anexa e exterior; coro alto e levantado em três arcos de cantaria; baptistério sob a torre, púlpito à esquerda. Ao lado do Evangelho encosta-se a sacristia além de anexos.







A frontaria é uma das regulares composições arquitectónicas bairradinas. Fortes cunhais, ligados por cimalha direita, erguendo-se-lhe acima a empena que é dominada de fogaréus e da cruz. Acompanham o vão rectangular da porta duas pilastras dóricas sobre pedestais; aquelas imitando mísulas chatas que folhas de acanto decoram; estes, os pedestais, a de mísulas também mais robustas; o frontão é quebrado, ondulante e com as extremidades dos ramos enroladas; acompanham-no duas altas pirâmides; sobrepõe sê-lhe um nicho de duas colunas coríntias, entablamento e frontão curvo e aberto. As janelas do coro têm também frontão aberto mas triangular; ficando-lhes imediatamente inferiores as lápides, cercadas de molduras de folhagens.A torre, à esquerda, é formada de dois corpos; a sua cobertura data já da segunda metade do séc. XVIII. O acesso é feito por escada de pedra em espiral, dando serventia ao coro e ao corpo do relógio».







Na última passagem faz alusão ao cruzeiro e diz: «Junto do cemitério à beira do caminho. Está datado: ANNO 1680. Tipo de templete, compõe-se de quatro colunas dóricas, lisas sobre pedestais, suportando entablamento direito sobre que assenta cúpula de tijolo, com nervuras internas, em forma de dois arcos cruzados. Levanta-se em três degraus. Ao centro coluna dórica, com CRISTO CRUCIFICADO, já da segunda metade do séc. XVIII.







- Capelas














_Boialvo:













Venera S. Simão. Capela muito antiga com coro em madeira. Tem três nichos, em calcário, separados por duas colunas coríntias. No nicho central, encontra-se a imagem de S. Simão, escultura em pedra, do séc. XVII.









A capela tem um relógio, comprado em 1982, a expensas da povoação; está situado na sacristia, com altifalante, ouvindo-se os sinais das horas e suas fracções principais, nos subúrbios da povoação.







A festa em honra do padroeiro passou a efectuar-se, há uns anos a esta parte, em meados de Setembro, e não no dia litúrgico - 28 de Outubro por conveniência das mordomias.






_Candieira:




A construção de uma capela no lugar da Candieira era uma velha aspiração de todas as pessoas desta localidade. De 1928 a 1930, os habitantes desta aldeia tiveram uma comissão para levar a efeito a sua construção.
A ideia esteve em marcha, a tal ponto que foram comprados muitos materiais, tendo sido mesmo aplicados alguns, pois foram levantadas paredes com cerca de 1,70 metro de altura, no mesmo local onde se encontra a actual.
Por motivos de discordância entre alguns membros da sobredita comissão de obras, a construção começada não teve seguimento. As paredes levantadas acabaram por ser destruídas pela acção do tempo.
Após vinte e nove anos da primeira tentativa, surgiu, de novo, o desejo da construção da sua capela.
No dia 7 de Junho de 1959, foi benzida e assente a primeira pedra, que veio da igreja de S. Pedro desta freguesia. No dia 10 de Janeiro de 1960, o povo da Candieira inaugurou o seu templo de traçado simples, com as imagens de Nossa Senhora de Fátima e S. José. Tem coro em alvenaria e sem retábulos; as imagens estão assentes em pedestais de madeira; torre alta, estando, sob a cúpula desta, a sineta. Para dar claridade ao interior da capela, tem esta, do lado do nascente, nove vitrais verticais-rectangulares, sendo cinco mais largos.
Foto capela da Candieira

Esta obra foi feita a expensas da povoação, tendo também contribuído muito generosamente um filho desta aldeia, Senhor José Maria Cristo, industrial em Lisboa, bem como um sócio deste, já falecido, Senhor Engo Zimbarra.
Dispõe também a capela de um relógio, colocado Interiormente, comum altifalante na torre.



  • Figuras Ilustres:

_ D. José Pereira dos Santos







AVELÃS DE CIMA - Forais

(foral Manuelino de 1514 de Avelãs de Cima)

(foral Manuelino de 1514 do Pereiro, foi extinto em 1836 )
Transcrição e Análise do Foral:
Antes da concessão dos forais manuelinos a esta freguesia, o Senhorio de Avelãs de Cima foi dado, em 1496, por D. Manuel I a Rui Fernandes de Almada, em remuneração dos serviços prestados a D. Afonso V e a D. João II.
No reinado de D. Manuel I, verificou-se a necessidade de actualizar os forais concedidos pelos monarcas anteriores, pois estes documentos de legislação regional estavam ultrapassados em relação ao séc. XVI.
Assim, foi nomeada uma comissão de juristas não só para reformar os antigos forais, mas também para conceder forais novos àquelas povoações que, pela sua situação geográfica, pela densidade da sua população e pelo seu desenvolvimento económico, justificassem o privilégio de tal documento.
Três povoações desta freguesia obtiveram foral manuelino, a saber: Avelãs de Cima, Pereiro e Boialvo. Convém salientar que a Vila de Avelãs de Cima já havia obtido foral no tempo de D. Dinis.
Estas três povoações foram, como é óbvio, as mais importantes nessa época. Daí a razão da concessão do foral.
A reforma dos forais pode sintetizar-se no seguinte: actualização do valor da terra nas suas relações senhorio-enfiteuta; restrição do direito local; queda progressiva do direito foraleiro; e coarctações das velhas liberdades exclusivistas dos municípios perante a liberdade maior, representada por uma dependência directa do Rei.
Os forais manuelinos constituíram e constituem, ainda hoje, fonte indispensável da historiografia do País. Estes documentos dão-nos um manancial de materiais para o estudo de muitas Instituições. Vigoraram até à reforma administrativa de Mousinho da Silveira.
Os três forais encontram-se no LIVRO DOS FORAIS NOVOS DA ESTREMADURA
e todos concedidos em Lisboa, pela seguinte ordem cronológica:
- O de Avelãs de Cima, em 10 de Janeiro de 1514 (Livro de Forais Novos da Estremadura, fls. 79, coluna I), incluem-se neste foral as terras de Canelas, Pinheiro e Póvoa do Pereiro. O Foral está transcrito na Revista Arquivo do Distrito de Aveiro, Vol. VII, p. 66;
- O de Pereiro, em 27 de Agosto de 1514, (Livro de Forais Novos da Estremadura, fls. 82, coluna II); transcrito na Revista Arquivo do Distrito de Aveiro, Vol. VI, p. 39;
- O de Boialvo, em 5 de Outubro de 1514, (Livro de Forais Novos da Estremadura, fls. 216, verso, coluna II).

In “ Monografia da freguesia de Avelãs de Cima: Subsídios para a sua história”
Rosmaninho, José Augusto Martins
Pereiro, 1984; p. 16-17

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

freguesia de "AVELÃS DE CIMA"

População: 2336

Actividades Económicas: Agricultura, Cerâmica, Extracção de Madeiras e Exploração de Barro Vermelho


Festas e Romarias: Santo António (domingo mais próximo a 13 de Junho), Festa do Senhor (feriado do corpo do senhor), Festa da Senhora (domingo anterior a 13 de Outubro) e Nossa Senhora da Assunção (40 dias após a Páscoa)


Património: Igreja Matriz, Capelas das Neves e de São Miguel da Mata e Fonte das Neves


Outros Locais: Parque das Neves e Almas de Ferreirinhos


Gastronomia: Leitão assado e chanfana


Colectividades: Associação desportiva e cultural do Pereiro, Académico de Avelãs de Cima, Associãção cultural e recreativa da Candeeira, Núcleo desportivo de Boialvo, Associação recreativa de Canelas e Associação desportiva "Os Figueirenses"


Orago: S. Pedro
(Orago - S. Pedro)

AVELÃS DE CIMA:

Avelãs de Cima é uma freguesia portuguesa do concelho de Anadia, com 40,88 km² de área e 2.336 habitantes (2001). Densidade: 59,8 h/km².

Dista da sede concelhia cerca de cinco quilómetros, faz fronteira a norte com Aguada de Cima e Belazaima do Chão, do concelho de Anadia; a este é limitada pela freguesia de Espinho, do concelho de Mortágua; a sul faz fronteira com a Moita e finalmente a oeste com a freguesia de Arcos.


Historial:
Estamos em crer que o nome desta povoação terá aparecido já na época da 1ª reconquista. Avelãs de Cima formou "concelho medieval" incluindo lugares de outras freguesias, tais como Arcos, Famalicão, Outeiro de Baixo e Pereiro. O foral obtido é Manuelino - 1514, e já anteriormente obtivera de D. Dinis.
Em 1514, D. Manuel I, concede carta foral a Avelãs de Cima, Pereiro e Boialvo, extintos em 1836, à excepção de Avelãs de Cima.
Actualmente, todos estes lugares pertencem à freguesia de Avelãs de Cima.
No século XIX, no período das Invasões Francesas, Avelãs e Boialvo tiveram um papel preponderante porque estiveram ligadas ao movimento de retirada do exército do general francês Massena, após a sua derrota, no Buçaco, a 27 de Setembro de 1810. A testemunhar tal facto, existe um local cujo nome é "Lapa dos Franceses".
Os franceses, permaneceram nesta lapa até se reorganizarem. Toda esta manobra do exército francês, para se refugiar em Boialvo ficou conhecida na história por "Manobra de Boialvo" ou "Caminho de Boialvo".

TOPÓNIMO:

- Povoações que constintuem a freguesia: Seus TOPÓNIMOS e prováveis origens:

AVELÃS DE CIMA - sede da freguesia

Estamos em crer que o nome desta povoação terá aparecido já na época da 1ª Reconquista.
Segundo a opinião de Pedro Augusto Ferreira, in «CONIMBRI-CENSE»», n.O 6.014, de 1904, o nome de Avelãs, como localidade, derivou de Avelleiral ou Avellanal, nome romano ligado à botânico, cujo fruto deu o nome à terra. As aveleiras ou avelaneiras teriam existido em grande quantidade nas margens da Ribeira da Cabria que passa entre S. Pedro e Avelãs de Cima. Avelãs de (jusam)=foz (latim medieval ou castrense) ou Avelãs de Baixo; em contrapartida com a outra Avelãs de (Susam=nascente, ou Avelãs de Cima. Porém, aquela não ficou Avelãs de Baixo, mas sim Avelãs de Caminho, tomando o nome do caminho que a atravessava (então estrada militar romana, ligando Lisboa a Chaves) hoje E.N. nº1.

BOIALVO

Para dar a noção mais ou menos aproximada do que se terá passado em relação ao topónimo «BOIALVO», referimos que os antigos, nesta zona, viviam principalmente da caça e costumavam apanhá-la com um artifício: o caçador cobria-se com um couro de boi, cuja pele seria, para este caso, de cor branca e daí boi branco ou Boialvo.
Os caçadores usando desta dissimulação, a caça não fugia e era assim facilmente apanhada.
Este sistema era utilizado com maior frequência na caça à perdiz, apesar de ser legalmente proibido.


CANDIEIRA

Toda a lâmpada ou tocha sem diferenciar o combustível, azeite, cera ou qualquer outro que produzisse chama, era a nossa popular candeia, usada durante séculos.
Assim, a raiz da palavra «candieira» vem do latim - candela-, dando-se a síncope do (l)=candea; depois a ditongação ou alargamento do (e)=candeea; finalmente, o sufixo (eira) que significa profissão.
Tudo leva a crer que no lugar da Candieira, em tempos, muito remotos, tivesse existido o artesanato do fabrico de candeias.
Dos romanos se conhecem belíssimas candeias (lucernas), algumas em rico estilo; sendo de metal atingem elevado valor, e mesmo de barro são muito procuradas.


CANELAS

SOUSA VITERBO, no seu precioso «ELUCIDÁRIO», apresenta dois termos com o mesmo radical, CANA: canada e canadela. O nosso topónimo «Canelas», apresenta o primeiro elemento, CANA que com o sufixo diminuitivo (ela), seria pequena «cana», depreendendo-se que seria um caminho por entre povoados «ermos e escusos», doc. de 1457.
O outro termo com a mesma raiz: canadela, foi uma pequena medida do norte do país (do séc. XIV).
No caso do topónimo «CANELAS», temos: canada + o sufixo (ela)=canadela; em canadela, deu-se a síncope do (d)=canaela; depois deu-se uma assimilação regressiva:=caneela, e, finalmente, a aglutinação dos dois (ee)=Canela. Com o uso ao longo dos tempos, sofreu uma pluralização, dando a palavra Canelas.


CERCA

Este topónimo parece ter sido de origem militar. Muito provavelmente a palavra «CERCA» indicará a presença de um castro de que castelo é diminutivo.

CORGO OU CÓRREGO

Este topónimo é de origem hidrográfica. Córrego é uma torrente de água que corre entre montanhas. Portanto, a povoação recebeu o nome da situação que ocupa em relação à geografia física onde está inserida.

COUTADAS

Este topónimo assenta no privilégio que os Reis e os nobres possuíam de exercer certos tipos de actividade, nomeadamente a caça, a pesca e a apascentação de gado, nos seus domínios, sem que qualquer outra pessoa o pudesse fazer. Mais tarde, algumas coutadas se constituíram em benefício de lavradores.
Provavelmente, a pequena povoação das Coutadas, paredes meias com a de Avelãs de Cima, teria sido área privilegiada, nas actividades atrás mencionadas, em tempos remotos.

FERREIRINHOS

Este topónimo denota o exercício da arte de serralheiro, neste local, em tempos muito recuados. Bem perto de Ferreirinhos, na freguesia da Moita, encontramos a povoação de Ferreiros.
A norte de Ferreirinhos, no Concelho de Águeda, existe a povoação de A-dos-Ferreiros, ou seja, a «Póvoa dos Ferreiros». Todas estas povoações tomaram o nome da profissão dos primeiros habitantes destes locais.
Na Idade Média os artífices agrupavam-se em zonas mais próprias para o exercício das suas actividades. Assim se explica, por exemplo, o agrupamento dos artífices de serralharia na povoação de A-dos-Ferreiros, pois esta localidade foi atravessada nos séculos III e IV por uma estrada romana que ligava a região do Vouga a Viseu.
A radicação de um núcleo de ferreiros nesta zona, testemunha o grande número de carros de muares que transitavam na sobredita estrada romana, e a natural feitura e reparação dos mesmos. Além deste facto já referido, tornava-se necessário fazer as alfaias agrícolas usadas nessas épocas para o agricultar da terra.
Teriam existido, certamente, razões de natureza económica e profissional nas referidas povoações de Ferreiros e Ferreirinhos para que nelas se tivessem fixado os artífices do ferro.

FIGUEIRA

Este topónimo é de origem botânica. Certamente os primeiros povoadores, ao fixarem-se nesta localidade, deveriam ter encontrado grande número de figueiras, dando a árvore o nome à terra.

MATAS (DE BAIXO E DE CIMA)

Não nos preocupemos com o significado de uma povoação nossa vizinha - Bustelo - que significa pequeno bosque. A palavra «mata» significa terreno arborizado em maior extensão e com espécies vegetais diferentes daquelas que caracterizam a vegetação dos pequenos bosques ou bustelos.

NEVES DO PINHEIRO

Esta povoação, no tempo do foral manuelino e até à construção da primitiva capela, teve apenas o nome de «Pinheiro». É assim mesmo designada no texto do foral. Mais tarde, após a construção da capela, a povoação tomou o nome da padroeira que por simplificação de linguagem se diz apenas Neves, ou ainda, também, um topónimo mais lato, Neves do Pinheiro.

PARDEEIRO

Este termo significa casa em ruínas, que não é o mesmo de cabana ou cabanas que foi a primeira habitação do Homem a seguir às grutas.

PORTO DE VIDE

O primeiro elemento ou raiz da palavra é «porto» que significa o local da cobrança dos impostos designados no foral; o segundo elemento «DE VIDE», indica a derivação de «DAVID», provavelmente o nome do primeiro cobrador de impostos neste local ou, então, o do primeiro morador da povoação. Portanto, a povoação do PORTO DE VIDE foi, em épocas muito remotas, o local onde as pessoas desta zona iam pagar os foros exigidos pela Carta do Foral.

PÓVOA DO GAGO

O primeiro elemento designa acomodação de pessoas para habitar o local. Talvez precedesse o nosso Rei-Povoador, D. Sancho I, mas já os Reis da reconquista tiveram todo o cuidado de povoar sítios ermos. A palavra «GAGO» denota que o primeiro povoador, desta zona, sofresse da gaguez.

S. PEDRO

Este topónimo vem do orago da terra.

SITUAÇÃO E LIMITES:

Estende-se desde as terras baixas das proximidades de Avelãs de Caminho até às terras altas e já montanhosas dos Concelhos de Águeda e de Mortágua.
A norte, é limitada pelas terras da freguesia de Aguada de Cima; a sul, confina com as terras das freguesias de Arcos e da Moita; a nascente, com as terras das freguesias de Agadão, no Concelho de Águeda, e com as das freguesias de Pala e de Espinho, no Concelho de Mortágua; a poente, com a freguesia de Avelãs de Caminho.
É constituída por 16 povoações: Avelãs de Cima, Neves do Pinheiro, Pereiro, Porto de Vide, S. Pedro, Cerca, Candieira, Figueira, Mata de Cima, Mata de baixo, Boialvo, Pardieiro, Corgo de Baixo, Canelas, Póvoa do Gago e Ferreirinhos.

ORIGENS DA FREGUESIA

- O concelho e a sua extinção

Avelãs de Cima foi no séc. X, época da primeira reconquista, uma antiga vila rural, transformada, mais tarde, no séc. XIII, em freguesia.
As vilas rurais, romanizadas, originaram as nossas freguesias de tipo político-administrativo semelhantes às actuais.
O Município, também muito antigo, da época medieval, abrangia, além dos lugares da actual freguesia, outras povoações, tais como: Arcos, Famalicão, Outeiro e Póvoa do Pereiro.
O velho Concelho de Avelãs de Cima, com todas as repartições próprias do Município, foi extinto pelo decreto de 6 de Novembro de 1836, assim como muitos outros.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

AVELÃS DE CAMINHO - Património Cultural

Grande parte do património e da arte existente em Avelãs de Caminho, encontra-se localizado na Igreja e na Capela do Nosso Senhor Dos Aflitos.


  • Arquitectura Religiosa:
- Igreja Paroquial:

É Santo António o Padroeiro da nossa Igreja Paroquial. A Igreja Paroquial de Avelãs de Caminho, embora só tenha começado a construir-se em 1698 preserva no seu interior peças bem mais antigas.
No livro das visitas pastorais e conforme descrito no respectivo arquivo paroquial, no primeiro decénio do séc. XVIII a igreja foi refeita, contribuindo para a reconstrução da capela-mor, como lhe competia por ser padroeira, a abadessa de Santa Clara de Coimbra.
Contudo, nos meados do mesmo século esta já se encontrava novamente em mau estado pelo que se procedeu a obras de vulto. Desta forma, o conjunto actual pertence ao final do séc. XVIII.
Segue as disposições comuns, levantando-se-lhe à esquerda da fachada a torre e estendendo-se-lhe pelo mesmo lado os anexos correntes.
O arco-cruzeiro data da reforma setecentista final, como o coro alto, que assenta em três arcos sobre pilares.
A pia baptismal, de calcário, é anterior, aos sécs. XVI-XVII, pensa-se ser Setecentista, muito embora pareça anterior.


A porta principal compõe-se de elementos de duas épocas: o vão, de verga curva, do séc. XVIII final; a parte que lhe fica acima, que é da primeira década do séc. XVIII, com entablamento direito, pequeno remate formado de nicho ladeado de pilastras e acompanhado de aletas, com frontãozito interrompido da primeira década do séc। XVIII।







No friso da porta foi gravado: “NON EST HIC ALIVD NISI DOMVS DEI & PORTA CAELI,” que significa: "Esta é a casa de Deus".
Naquele nicho da porta, abriga-se urna escultura de pedra St. António, gótico, dos sécs. XV-XVI.

A torre teve alterações ou acabamentos no séc. XIX. Sobe-se inicialmente por uma escada helicoidal, posta num corpo cilíndrico, saliente e entalado no ângulo reentrante posterior.
O retábulo principal, de madeira, do final do séc. XVIII, tem camarim e duas colunas.
Mostra o escudo dos padroeiros, corno ficou dito. Fecha a tribuna uma tela com St. António, do séc. XIX, obra comum.
Os colaterais, de duas colunas, pertencem ao neo-clássico do séc. XIX avançado.
Entre as esculturas de pedra anotámos: um Santo-eremita (a que chamam S. Bento) do princípio do séc. XVI, gótico, representado de rosto vincado, loba de pregas direitas; Virgem com o Menino e S. Benedito, do séc. XVII, obras artesanais.
De madeira: St. António, do séc. XVIII, segunda metade, gracioso; Virgem com o Menino, do séc. XVIII final, regular e bem estofada; um S. Sebastião, do séc. XVI avançado.
Existe ainda um pequeno lavabo de pedra na sacristia, mutilado, do séc. XVII, aonde gravaram posteriormente 1781; um sacrário avulso, pequeno, mutilado, de madeira dourada, do séc. XVII final.

In "Inventário artístico de Portugal” – VI, Distrito de Aveiro, Zona Sul, 1959
GONÇALVES, A. N. p. 72/73



- Capela do Nosso Senhor dos Aflitos:

A capela do Senhor dos Aflitos, a norte da povoação e à beira da estrada, reformada várias vezes, conserva uma porta de tipo setecentista, podendo ser dos princípios do séc. XIX. Gravaram-lhe a data de 1879. Lê-se num degrau da mesma porta a de 1826.

O pequeno retábulo de madeira, em neo-clássico, da primeira metade do séc. XIX, foi mandado pintar em 1884.
O Cristo crucificado, de calcário e escultura coimbrã, é dos meados do séc. XVI, equilibrado ainda, imitando certo modelo conimbricense.

Há restos duma casa do séc. XVII, vendo-se uma janela, cuja verga é horizontal e decorada dum tema de dois SS contrapostos, além duma outra janela de avental rectangular.


Porta de tipo setecentista com data gravada de 1879
Lê-se num degrau a data de 1826

In “Inventário artístico de Portugal” – VI, Distrito de Aveiro, Zona Sul, 1959
GONÇALVES, A. N. p. 73




        • Arquitectura Administrativa:
        - Pelourinho:



        Situado na entrada sul da freguesia, no Largo do cruzeiro, é em torno dele que anualmente três procissões o circundam, dado o seu valor histórico e religioso. Em torno deste existe uma área de lazer muito aprazível, com bancos de jardim em toda a sua extensão, que muitos escolhem para descansar. È igualmente um local de paragem para os peregrinos, que aproveitam o seu espaço para repousar e recuperar energias.





        - Busto:

        Em bronze, em frente da capela a Henrique Marques Moura e outro na escola a António Ribeiro Seabra, representam a homenagem da povoação a estes beneméritos.

        Busto em homenagem a Henriques Marques Moura
        Largo Nª Srª dos Aflitos


        - Chafariz:

        No centro da povoação, o chafariz, em pedra de Ançã, que se pensa ser do 2° quartel do século XIX.
        O nosso chafariz é intemporal. Teve a sua época áurea até um passado recente, enquanto das suas bicas brotou água cristalina.
        Hoje, vítima do progresso e sem a funcionalidade de outrora, marca presença e continua sendo um ponto de referência da nossa terra.
        Situado no coração da aldeia mesmo à berma da estrada mitigou a sede a passantes e peregrinos.
        Quantas gerações se criaram com a água da nossa fonte! Era buscada em cântaros ou canecas, para uso doméstico, transportada à cabeça com mestria e elegância, quase sempre por moças airosas, na flor da idade, que procuravam ansiosas o momento de sair para ir à fonte, na esperança de encontrarem o namorado ou pretendente, para dois dedos de conversa ou um beijinho furtivo o que, à época, era já um grande atrevimento.
        A evolução tirou-nos o encanto destes actos simples que faziam parte do social de então e, embora o luar seja o mesmo e o murmurejar da fonte continue a ouvir-se, ela não nos mata a sede nem do corpo nem da alma.

        Porém, na nossa memória continua viva a recordação do passado, a frescura e pureza da sua água, fonte de vida, contrastando com a que no dia a dia nos sai das torneiras, bem tratada, é certo, mas que não nos inspira qualquer quadro romântico semelhante àquele em que o cântaro a encher na bica suavizava as agruras dum povo que mourejava de sol a sol.


        • Arquitectura Civil:
        - Relatos Históricos relacionados com o paço real:

        Ao longo da história, Avelãs de Caminho aparece quase sempre referenciada como um importante local de pouso Real. Não raras vezes, a Comitiva Real ficava instalada no Paço aqui existente, do qual hoje são escassos os vestígios.
        No entanto é inegável a sua existência e importância. Aqui se passaram episódios importantes da história de Portugal, como o que a seguir se relata:
        "No início do século XIII, D. Maria Paes Ribeira, de alcunha a Ribeirinha, oriunda de uma das mais nobres famílias portuguesas, foi protagonista de um grande romance de amor com D. Sancho I, Rei de Portugal, numa altura em que o concubinato era prática comum entre príncipes e nobres. Assim, a famosa Ribeirinha, que era detentora de uma quinta em Avelãs, recebeu a triste notícia que seu amante havia falecido. Com a morte de D. Sancho I, a Ribeirinha decidiu vir para a sua quinta em Avelãs juntamente com seu irmão, Martin Paes da Ribeira. Na cola deles veio o Governador D. Gomes Lourenço, descendente de Egas Moniz - que tinha sido mordomo-mor de D. Afonso Henriques - , que andando de cabeça perdida pela Ribeirinha, raptou-a e levou-a para Espanha. Os parentes da Ribeirinha, pela influência que tinham na corte, fizeram chegar o caso às mãos do Rei de Leão, que ordenou a morte de D. Gomes Lourenço. "
        Dois séculos mais tarde, em 1428, mais um episódio volta a envolver o famoso Paço Real, desta vez a envolver os filhos de D. João 1- D. Pedro, D. Henrique e D. Duarte, futuro rei.

        "Numa noite de Setembro de 1428, D. Pedro dirigia-se a Coimbra para assistir ao casamento de D. Duarte com a Princesa D. Leonor de Aragão. D. Duarte e D. Henrique que se encontravam já no Paço Real de Avelãs, foram ao seu encontro tendo dormido ali o futuro Rei D. Duarte em companhia de seu irmão D. Pedro, enquanto D. Henrique seguiu para Coimbra para preparar a recepção aos irmãos para o casamento que se iria realizar uns dias mais tarde.”

        Em Março de 1338, D. Afonso IV, fez doação desta povoação ao Mosteiro de Santa Clara de Coimbra, que parece ter incrementado bastante o povoamento da terra. Já em 1137, D. Afonso Henriques tinha doado a região, correspondente ao actua1 núcleo central da Bairrada, aos monges de Santa Cruz (no sentido de obter simpatias da Igreja), o que é relevante para se poder perceber a importância desta região há quase 900 anos.

        In “Avelãs de Caminho – sua terra e suas gentes” Edição de 2003

        (Painel de meados do séc. XX do Largo de Avelãs de Caminho)

        - Largo Nossa Senhora dos Caminhos:

        Situado na zona norte da freguesia, junto à EN 1, neste espaço, outrora cemitério paroquial ( 1874-1924), foi criado um jardim com uma capelinha em honra da Nossa SRª dos Caminhos, onde muitas pessoas manifestam a sua fé, através da oração. A este local foi dado o nome de Largo de Nossa Senhora dos Caminhos, tendo sido esta a imagem escolhida por todo o significado que a nossa terra representa, "o caminho", E porquê “ caminhos “? Porque é invocado o seu auxílio e protecção a todos os passantes e peregrinos que atravessam a nossa hospitaleira terra. Para outros um local de lazer e descanso pois o espaço oferece as condições ideais.


        Largo Nossa Sra. dos Caminhos










        Capelinha da Nossa Sra. dos Caminhos

        (Avelãs de Caminho - vista de Sangalhos)

        • Economia

        Assim, nos anos 20 e 30, Avelãs foi realmente uma das povoações do concelho de Anadia mais prósperas e abundantes no ramo industrial e agrícola.
        Alguns dos complexos industriais que ainda alguns habitantes se recordam foi a fábrica de papel, a das rolhas, a fábrica de pregos, de curtumes e carpintarias e que por tal razão deram a esta povoação uma grande projecção não só regional como até nacional.
        Destacava-se nesta freguesia como actividade a par da agricultura, a moagem de cereais (milho e trigo) existindo ainda há relativamente pouco tempo vários moinhos como: os moinhos das Nogueiras, da Rua, da Cobrada e do Moinho Novo, graças à situação geográfica que Avelãs possui e por se encontrar banhada pelo rio Cértoma e pelo rio da Serra da Cabria.
        Pena é, que aos poucos, tivessem deixado a sua actividade e como o tempo não perdoa, se tivessem degradado de tal maneira que hoje apenas existem as ruínas daqueles que outrora deram vida a esta terra desconhecida.

        • Desporto e Cultura
        No passado houve um grupo desportivo designado por “Amadores de pesca do Cértoma”
        Em 1931 foi criado o posto de Correio.
        Em 1948 foi criado o posto de GNR
        Em 1993 foi inaugurada a sede da Junta de freguesia.

        (Junta de Freguesia)

        - Casa do Povo:
        A Casa do Povo de Avelãs de Caminho sendo uma
        das mais antigas do País, foi construída com ajuda dos conterrâneos e beneméritos, residentes no Brasil- Gervásio, Ricardo e Adriano Seabra, e fundada por Alvará, de 11 de Maio de 1937. Foi inaugurada com a realização de um grandioso baile de gala organizado pela família dos beneméritos, destacando-se neste evento, a Senhora D. Angelina Seabra Pinto, senhora de grandes virtudes e elevadas qualidades morais e humanas.
        Começou a funcionar em 15 de Agosto de 1937, tendo à frente dos seus destinos, os irmãos Joaquim e Claudino Ferreira Pinto, que se dedicaram de alma e coração a esta iniciativa. O bem-estar dos seus sócios e seus familiares, foi sempre preocupação.

        - Associação Social Avelãs de Caminho: ATL; Creche; Lar de idosos


        - No ano de 1976 foi formado um Rancho folclórico e mais tarde organizou-se um “grupo de Coros e Cantares. Do Cértima”

        - Associação Cultural e Recreativa de Avelãs de Caminho:

        A"ACRAC "
        Associação Cultural e Recreativa de Avelãs de Caminho


        Poderemos dizê-lo, teve a sua nascença em Setembro de 1986, no adro da Igreja
        de Avelãs de Caminho, entre dois dos seus conterrâneos, Germano Santos e Ezequiel Cardoso, que, dada extinção da Junta Central das Casas do Povo, julgaram por conveniente ser de criar uma Associação ou algo parecido, em toda a população estivesse envolvida e que tivesse direito nos seus destinos. Assim e poucas semanas passadas e já com algumas ideias, foi feita uma reunião preparatória com mais
        elementos, tendo nessa reunião saldo directrizes que passaram pela convocatória de mais elementos e estudos do que se deveria levar a efeito.
        Embora inicialmente a Associação tivesse em vista o desenvolvimento das partes Social, Cultural, e Desportiva, foi esta última que teve o seu desenvolvimento, pelo que
        houve de imediato, tentar adquirir terrenos bem situados para o efeito, o que não foi tarefa fácil, de modo a criar-se um Complexo Desportivo, para nele ser instalado um campo de futebol, pista de atletismo, campo de ténis e outras actividades.
        Assim foram adquiridos terrenos nas matas, com a área de aproximadamente 30.000 m2, onde estão hoje edificados o campo de futebol, campo de tiro aos pratos - fosso olímpico - balneários e dois bares.
        Em virtude do desnível dos terrenos, houve necessidade de recorrer aos serviços da Câmara Municipal de Anadia. Bem hajam, pelo altonismo demonstrado.
        Foi também importante para a Associação, a instalação da água canalizada e a instalação de luz definitiva, obra que fica para o futuro, só possível no actual mandato. Foram igualmente adquiridos terrenos onde as Direcções seguintes irão certamente idealizar novos projectos.
        No capítulo dos fundos, por ideia de um dos membros e corroborados pelos restantes, foi criado um "Título de Participação" no valor de 1000$00 cada, os quais lançados
        num "porta a porta" dentro da freguesia, obtiveram um bom acolhimento recebido por todos.
        Embora a "ACRAC" fosse criada por escritura celebrada no dia 24 de Outubro de 1998, no Cartório Notarial de Anadia, a constituição dos seu primeiros Corpos Gerentes, teve o seu efeito no dia 13 de Março de 1987, data em que foi inscrito como Associação na INATEL.
        Tudo o que se encontra edificado, bem como os eventos realizados, nomeadamente campeonatos de futebol, passeios de ciclo turismo, sardinhadas, magustos, bailes e outros deve-se à carolice de todos os elementos das direcções que a seguir se mencionam, devendo acrescentar-se que nunca foram recebidos quaisquer com participações ou subsídios em dinheiro, vindo de entidades Estatais para a realização do já feito.
        Durante a sua vida teve seis Direcções, tendo tido como Presidentes
        António Albano Pereira dos Santos - 1987/1988
        Ezequiel Vieira Cardoso - 1989/1990
        Manuel da Silva Santos - 1991/1992 - e 1995/1996/1997 (parte),
        Albino Manuel Batista - 1993/1994
        e presentemente Manuel Ferreira da Costa - 1997/1999.

        In “Revista o nosso concelho 1998”


        • Educação:

        A Escola de Avelãs de Caminho data do tipo “Adães Bermudas” por onde passaram várias gerações de alunos e professores.
        Aqui funciona também um infantário.




        - Escolas de Avelãs de Caminho:

        As nossas Escolas fazem parte do muito que nós hoje somos, não podemos deixar de transcrever um apontamento do “ Papyrus” sobre “Personalidades Avelenses “, que diz.
        “ Destacamos nesta edição vários beneméritos que, por estarem ligados à criação e manutenção da Escola em Avelãs de Caminho, são dignos da nossa eterna homenagem. Falamos de António Ribeiro de Seabra, os seus sobrinhos Ricardo, Gervásio e Adriano, António Ferreira Pinto, Henrique Marques Moura e Vicente Ribeiro Sucena, entre muitos outros cidadãos anónimos. Graças a todos estes avelenses de prestígio e graças ao seu contribu­to, temos hoje na nossa povoação uma Escola Primaria, que gozou durante décadas de regalias que possibilitaram a instrução de centenas de pessoas, tendo sido decisiva para o desenvolvimento intelectual e cultural da população em gera!. Rezam as actas da Junta de Paróquia que, no dia 2 de Feve­reiro de 1902, foram dadas ofertas e donativos vários para a construção­ da Escola, que em 4 de Maio do mesmo ano, já se encontrava em construção. A obra, orçada em 700.000 reis ficou concluída a 14 de Fevereiro de 1906, tendo aberto inicialmente apenas para 0 sexo masculino. Foi deixada uma quantia de 400.000 reis como ren­da perpétua para a Escola. Mais tarde, deu-se continuidade a obra, construindo-se uma cantina onde as crianças carenciadas pudessem usufruir de alimentação equilibra­da, essencial para que lhes fosse possível aprender bem e garantir o seu crescimento saudável. Para além disso era-lhes fornecido graciosamente calçado adequado (a maior parte andava descalço) e material escolar, que não era possível ser adquirido pelos pais. Eram enormes as dificuldades por que passavam e todos os braços eram poucos para ajudar a família, regra geral bastante numerosa. 0 aparecimento da Escola veio trazer a pouco e pouco uma certa mu­dança de mentalidades:'
        Agarrando-nos ao texto, é oportuno lançarmos aqui um repto a quem de direito, para que o centenário das nossas Escolas, que já deveria ter sido feito, seja dignamente comemorado, pois não foram centenas de alunos que pelas suas salas passaram, mas sim milhares, dada a quantidade de anos decorridos, sempre com a lotação praticamente esgotada.
        . As nossas Escolas, conjunta­mente com os seus professores, foram e são um elo preponderante das nossas vidas, pois é ali que são iniciados os primeiros passos de cada um de nós, na senda dos que muito já foram, do que hoje somos e do que viremos a ser. Não vamos enumerar as 'pessoas importantes' que ali conheceram as primeiras letras, mas, sim, um todo de sabedoria que foi o 'motor de arranque' para que muitos de nós estejamos com dignidade na vida, 0 que a todos muito honra. Nos que na altura levámos algu­mas palmatoadas, que em alguns casos até foram bastantes, - Prof. Marcos Vidal e esposa Prof. a D. Maria - ao tempo, não nos po­díamos queixar de tal, muito em­bora elas, por vezes, ate doessem. Tais 'carícias' fizeram com que enfrentássemos a vida com hon­radez, dignidade e até amor pelo próximo, em contraste com muito da gente actual, que hoje tudo tem com uma facilidade de 'padrinhos, sem saber, contudo, 'quantos pães da uma alqueire', como naquela al­tura éramos obrigados a saber. É com bastante saudade, embora sacrificados, que hoje recordamos aqueles 'velhos tempos' e que hoje, a muitos tão bem fariam.
        Acrescente-se ainda que as nossas Escolas não ministraram os seus ensinamentos só à 'ra­paziada' de Avelãs, pois que nos lembremos, também que o 'pes­soal' de S. João da Azenha, Pereiro, Cerca, S. Pedro e alguns de Avelãs de Cima, de igual modo fizeram nela os seus estudos, tendo bene­ficiado do tudo que já dissemos atrás, incluindo as palmatoradas, pois em nada, os nossos professo­res faziam distinção.
        Iríamos longe, se aqui narrás­semos todas ou mesmo algumas das peripécias, por que passamos, mas isso terá que ser feito por his­toriadores, poisa nos, falta-nos 0 'fôlego' para tal. '" , .
        O tema das Escolas, que com gosto delas falamos; não e tudo o que queríamos deixar dito, pois com o 'agarranço ao mencionado pelo «Papyrus', há algo, pelo qual nos vimos a debater já algum tempo e que 'mexe' com a toponí­mia da nossa Freguesia.
        No «Papyrus", destaca-se o nome de alguns beneméritos da nossa terra, que muito contri­buíram para o que hoje somos, aos quais se devem juntar outros nomes:
        Na altura, não havia a tão falada democracia que há hoje, mas, em contrapartida, havia amor pelo próximo e pelo torrão natal que os viu nascer e do qual não se esqueciam. Foi dentro deste pen­samento que as pessoas referidas e muitas outras de menores recur­sos económicos, mas de elevada dignidade, conseguiram elevar o nome de Avelãs, bem alto.
        De todo o bem que tal gente fez, o que lhes demos em troca? Nada, nem sequer em qualquer sítio lhes demos os seus nomes.
        Está no nosso entender, mais que chegada a hora de se fazer justiça aqueles que contribuíram para o engrandecimento da nossa terra sem quaisquer fins de enalte­cimentos, mas sim e somente, pelo amor que nutriam pelo torrão onde nasceram.
        Sem desejarmos "meter o na­riz onde não somos chamados", pedimos a quem de direito e em especial - Junta de Freguesia e Assembleia de Freguesia, que as nossas ruas, hoje com denomina­ções que na maioria nada dizem ou significam para qualquer um de nós, que façam substituir as mesmas pelos nomes dos bene­méritos da nossa Freguesia, que até são muitos, honrando-os per­petuamente. Eles, embora não 0 peçam, merecem-no, pelas mais variadas razões.
        Não vamos mencionar os nomes, de tais beneméritos, pois isso cabe aos órgãos competentes, podendo sim, se a isso formos chamados, indicar os nomes de alguém que poderão prestar a sua colaboração no melhor sentido.
        Queremos ainda deixar dito que o presidente da actual Junta, por ter laços de sangue com alguns dos beneméritos, não se deve quedar com tal facto, pois o que esta em causa não é honrar familiares, mas, sim, prestar homenagem a todos aqueles que, como já 0 dissemos, contribuíram para que Avelãs, seja hoje o que é, para bem de todos nós.
        A terminar, só uma pequena nota respeitante aos nomes dos beneméritos indicados pelo "Pa­pyrus': onde e referido o nome de António Ferreira Pinto, nome este que, dentro dos nossos conheci­mentos e depois de indagarmos, não conseguimos encontrar como benemérito tal nome. Cremos tra­tar-se de um lapso de nomes, pois houve isso sim e foi considerado um benemérito, Joaquim Ferrei­ra Pinto que, conjuntamente com sua esposa D. Angelina, mataram a fome a muita gente, ajudando-os com a oferta de dinheiro, roupas e outros. A nós, coube-nos o recebi­mento de livros, cadernos, lousas, ponteiros, canetas com aparos, lápis e borrachas.
        Esperamos sermos ouvidos.
        • Ezequiel Cardoso

        Jornal da Bairrada Nº 1865 de 11/10/2006 p.33

        • Saúde

        Avelãs possui uma farmácia – Farmácia Rangel umas das mais antigas da região, data do fim do século XIX (1870/1880)

        • Festividades

        O padroeiro da freguesia é Stº António, festejado anualmente com grandiosos festejos.
        Também em tempos remotos parece ter-se realizado festa anual nesse mesmo dia 13 de Junho.

        • Figuras Célebres

        Não se pode deixar de fazer referência a algumas figuras (beneméritas) da nossa terra que muito contribuíram para o seu engrandecimento e desenvolvimento cultural.
        Foram eles, António Ribeiro de Seabra e seus sobrinhos Ricardo, Gervásio e Adriano Seabra.
        Graças a estes filhos da Terra, e devido ao seu poder económico, Avelãs foi beneficiada com certas regalias das quais bem se pode orgulhar.
        Foi o benemérito António Ribeiro Seabra, cujo busto se encontra na Escola, que deixou uma determinada quantia à Escola (renda perpétua) para a caixa escolar que durou até aos nossos dias. Depois os sobrinhos, Gervásio, Ricardo e Adriano deram continuidade à sua obra.

        • Rio Cértima

        O rio Cértima , sub-afluente do rio Vouga; nasce na Serra do Buçaco, ligeiramente a Sul da Cruz Alta, a uma altitude de 380m e percorre uma distância de aproximadamente 43km, na direcção geral Sul-Norte, atravessando quatro concelhos: Mealhada, Anadia, Oliveira do Bairro e Águeda, até desaguar no Rio Águeda, nas imediações da ponte de Requeixo, não sem antes atravessar a Pateira de Fermentelos.
        Os seus principais afluentes da margem direita são: Rio da Serra da Cabria (que desagua nas imediações de Avelãs de Caminho) e o Rio da Serra, propriamente dito, (que desagua perto de Mogofores; os afluentes da margem esquerda são: o Rio Levira (que desagua junto a Perrães), a Ribª da Lendiosa que se vai juntar à Ribª de Canelo e o Rio da Ponte (que vai desaguar nas imediações de Vimieira), contribuindo para o engrossamento do Cértima.
        O nome do rio (designado de Cértoma até Avelãs de Caminho) é de origem celta.
        No entanto, existe uma lenda que conta que um dia, quando a rainha Santa Isabel se dirigia a Santiago de Compostela em peregrinação, ao passar por estas paragens sentiu sede e pediu água aos seus vassalos. Estes logo correram ao rio, provaram a água e, ao voltarem com uma vasilha cheia, preveniram a rainha de que a água não era boa. Contudo a rainha bebeu dela e, não tendo gostado, no fim terá dito "Certo má" (Certoma).

        segunda-feira, 9 de junho de 2008

        AVELÃS DE CAMINHO - Brasão, Bandeira e Selo

        BRASÃO:




        Escudo de azul, barra de prata lavrada de negro, entre dois ramos de aveleira, de prata, frutados de ouro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: «AVELÃS de CAMINHO».


        BANDEIRA:



        Esquartelada de amarelo e azul. Cordão e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.





        SELO:

        Nos termos da Lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Avelãs de Caminho - Anadia».

        freguesia de "AVELÃS DE CAMINHO"

        População: 1236

        Actividades económicas: Agricultura e indústria

        Festas e Romarias: Nossa Senhora da Saúde (15 de Agosto), Senhor dos Aflitos (1.º domingo de Maio) e Santo António (13 de Junho)
        Património: Igreja Matriz de Avelãs de Caminho, Chafariz de Avelãs de Caminho, Pelourinho de Avelãs de Caminho, Ponte Choupal e Capela Senhor dos Aflitos

        Outros Locais: Moinhos da Quebrada, da Rua de Trás, dos Nogueiras e Moinho Novo

        Gastronomia: Leitão assado

        Colectividades: ACRAC — Associação Cultural e Recreativa de Avelãs de Caminho, ASAC — Associação Social de Avelãs de Caminho e Junta de Agricultores de Avelãs de Caminho

        Orago: Santo António

        AVELÃS DE CAMINHO:

        Avelãs de Caminho é uma freguesia portuguesa do concelho de Anadia, com 6,27 km² de área e 1 236 habitantes (2001). Densidade: 197,1 h/km².
        Em pleno coração da Bairrada, Avelãs de Caminho surge, muitas vezes, referenciada como uma pequena freguesia do concelho de Anadia.
        Contudo, a sua dimensão, não a impediu de ser, em momento algum da sua longa história, povoação de certa importância. A sua integração nesta riquíssima região bairradina e o facto de conviver de perto com uma importante Via Militar Romana, que ligava Conimbriga a Bracara Augusta (Braga), fez com que o seu nome figurasse na história ao longo dos séculos, chegando mesmo a ser concelho, em 1835. De salientar, também, que o facto de a zona onde se inscreve a actual freguesia de Avelãs de Caminho ser generosamente fertilizada pelas águas dos rios Cértoma e da Serra.

        HISTORIAL:

        A freguesia de Avelãs de Caminho tem um passado histórico muito rico, aparecendo já nas crónicas romanas do tempo de César Augusto que se referem a "Avellanum". De facto é de crer pela documentação da região de Águeda antes do século XII, que o povoamento deste lugar seja muito remoto, apesar de não haver nela alusões a ele, sendo, ao que parece, a primeira conhecida (por perda das anteriores que houvesse) a da carta de couto de 14 de Fevereiro de 1132 por D. Afonso Henriques ao bispo conimbricense D. Bernardo para Barrô e Aguada, na qual se lê que Aguada dividia com Avelãs de Caminho e Avelãs de Cima, já de termos existentes, próprios e separados. Nesta carta citam-se também "Avelanas de Susanas" (Avelãs de Jusã ou de Jusãs, com bem remota silepse de número) este determinativo sem dúvida se refere a uma notável via antiga que aqui passava. Aquela via, que seria por isso a estrada romana de Aeminium a Cale, era de facto, o "caminho" mais seguido em toda a região, e daí que o determinativo "de Baixo" se substituísse por "do Caminho". Este "caminho" faz parte de um episódio e drama notável da primeira metade do século XIII, e, com ele, a própria povoação de Avelãs do Caminho, no qual figura a aliciante concubina de D. Sancho I, D. Maria Pais, a Ribeirinha dos literatos.
        Avelãs de Caminho foi concelho de origem senhorial e medieval. Depois do século XVII, o senhorio encontrava-se em casa dos Marqueses de Marialva, que nomeavam ou punham as justiças na vila. Esta governava-se no cível por dois juízes ordinários e mais oficiais da câmara e escrivães, tabeliões e alcaides.
        A povoação formou pequeno concelho, tendo obtido Foral manuelino, em Lisboa, a 13 de Novembro de 1514.


        TOPONÍMIA:

        A primeira referência a Avelãs de Caminho de que há registo, remonta ao tempo de César Augusto onde se refere "Avellanum" como a região da foz do Rio da Serra. Esta região, seria, por altura da ocupação Romana, rica em Aveleiras o que lhe daria certamente aquela designação. Daqui e até ao estabelecimento da forma final, a denominação da povoação iria passar por "Ave1anas" no séc. X, "Ave1anas de Susanas" (Avelãs de Baixo) no séc. XII, e no século seguinte encontram-se referências várias a "Ave1anis de Jusanis" (Avelãs de Jusão ou a Jusante). No foral de D. Manuel I, em 1514, aparece já com uma grafia próxima da actual "Avelãs do Caminho". O designativo "do Caminho", surge já no final da Idade Média, como forma de melhor identificar o sítio dentro da zona que hoje constitui as freguesias de Avelãs de Caminho e Avelãs de Cima. O "Caminho" refere-se como já vimos à Via Romana, actua1 EN 1.
        A tradição diz-nos que o nome de avelãs de Caminho provém do facto de em tempos recuados existirem nas proximidades desta localidade, numerosas árvores chamadas aveleiras ou avelaneiras.
        Além disso, há ainda um outro episódio que a tradição nos transmitiu e que tem certo interesse:
        Outrora, quando os passantes se aproximavam daqui e perguntavam qual era o caminho mais curto e indicado, a percorrer, para chegarem a determinada povoação, vila ou cidade, a resposta era invariavelmente esta: ”ides pelo caminho das aveleiras e assim chegareis lá com mais facilidade”.
        Estas duas últimas versões são testemunho da tradição popular.


        ANCAS - Brasão, Bandeira e Selo

        BRASÃO:
        Armas - Escudo de ouro, flor-de-lis de púrpura, acompanhada em chefe de dois cachos de uvas do mesmo, folhados de verde e, em ponta, de dois ramos de oliveira de verde, frutados de negro. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “ ANCAS “.


        BANDEIRA:
        De púrpura. Cordão e borlas de ouro e púrpura. Haste e lança de ouro

        (Estandarte para cerimónias e cortejos (1x1))

        (Bandeira para hastear em edifícios (2x3))


        SELO:

        Nos termos da Lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Ancas - Anadia.






        ANCAS - Património Cultural

        • Arquitectura Religiosa:

        - Igreja Paroquial:

        O edifício encontra-se ao lado da povoação sede, em frente ao largo terreiro.
        A Igreja paroquial, de invocação a Nossa Senhora da Assunção foi reformada no final do séc. XVII, mais concretamente em 1689, data que se pode ler na porta da esquerda.
        Numa singela pia da entrada principal, está gravada o "ANNO DE 1726".
        A igreja é de plano costumado, ombros estreitos, sem retábulos, torre à direita da fachada e sobre ela o baptistério.
        A capela-mor é abobadada de berço corrido em tijolo.
        A fachada, de cunhais em pilastra, dominados de pináculos em forma de pirâmides sobre pedestais pançados, mostra uma porta rectangular e de breve cornija e ainda uma janela de coro, mas posterior.
        A torre de cunhais igualmente apilastrados, é coroada de entablamento, havendo em cada ângulo da cornija uma gárgula estriada, só ornamental. Tem cobertura piramidal e acantonada de pináculos do tipo dos da frontaria e da parede do arco cruzeiro. A porta travessa, à esquerda, segue o modelo da principal.
        O retábulo da capela-mor, é de talha de madeira, pertencente à primeira metade do século XVIII e é de medianas dimensões; compõe-se de ampla tribuna, em concha, e de um par de colunas lisas a cada lado, havendo mísulas intermédias. Encostam-se às paredes laterais da igreja dois outros, pequenos, do fim do século XVIII, obras comuns, com nichos entre duas colunas e de ornato concheado.
        O púlpito é dotado de singela bacia de pedra da época da reconstrução.
        A pia baptismal é igualmente simples, do Séc. XVII.
        Possui uma escultura de calcário, da Virgem com o menino, de fino pragueado e de certa categoria, pertence à primeira metade do século XV.
        A imagem de S. Brás vestido de Bispo, gótico do início do séc. XVI, é corrente.Também há obras comuns e de pedra são as de Santo Amaro e Santa Luzia, ambas do séc. XVI.



        (Igreja Ancas - foto 2005)

        (escultura de calcário, da Virgem com o menino séc. XV, pertencente à capela de Ancas)



        • Arquitectura Administrativa:

        - Cruzeiros:

        Há dois cruzeiros em Ancas, com datas quase invisíveis, mas que apontam para o ano de 1668. Existe um no adro e outro na rua do cruzeiro, na saída para a Fogueira.
        As colunas são do tipo dórico, cruz singela, base de alçado pentagonal, notando-se naturalmente, reformas ao traçado original.

        (cruzeiro da rua do cruzeiro)


        (cruzeiro do largo da igreja)

        • LOCAIS A VISITAR:
        Como património e locais de interesse turístico merecem uma visita a Igreja Matriz, o Cruzeiro no largo da Igreja, o Cruzeiro no lugar de Cruzeiro, a Lagoa do Paúl e a Quinta do Convivial.




        (Fotos 2005 - Lagoa do Paúl)


        (Quinta do Convivial - Largo da Igreja)



        - Cultura:
        Possui um club e Junta de freguesia.
        Nos finais da Monarquia, 1904, é criado o Club D’Ancas, no dia 8 de Dezembro, sendo hoje a mais antiga associação cultural do concelho.



        (Fotos 2005)


        - Educação:


        Uma Escola Primária e um Jardim de Infância são os estabelecimentos de ensino existentes.

        (EB 1 de Ancas)

        - Saúde:

        Esta Freguesia tem uma Farmácia e uma Unidade de Saúde. O Hospital de Anadia é a solução para os casos de maior gravidade.

        (Posto Médico)

        - Desporto:

        Esta vertente está ao cuidado de várias entidades. São elas: o Desportivo de Ancas fundado em 1946, o Clube de Ancas e o Clube de Caça, Pesca, Campismo e Caravanismo de Ancas.


        (Clube Desportivo )


        (Clube de Caça, Pesca, Campismo e Caravanismo)

        - Gastronomia:

        Chanfana, Leitão assado acompanhado sempre pelo bom vinho da região;



        - Festividades:

        Ancas tem, como padroeira Nossa Senhora da Assunção realizando uma festa em sua honra no dia 15 de Agosto. No dia 11 de Novembro realiza-se a festa de S. Martinho; a de S. Geraldo é festejada cinquenta dias após a Páscoa e a de Nossa Senhora de Vagos na última sexta-feira de Agosto.

        (Romaria de Nossa Senhora de Vagos em Ancas)



        - Antigas fontes da freguesia de Ancas:



        Fonte no Largo do Comércio - construída por volta do ano 1920:


        Uma das antigas fontes existentes na freguesia foi construída por volta do ano 1920, ano em que foi feito o projecto do abastecimento de água à freguesia com vários fontanários, abastecidos de água de uma mina, existente em propriedades privadas e que abastecia várias fontes. Essas fontes foram, em tempos, locais públicos em que a população se reunia, uns porque se iam abastecer às fontes e os mais jovens iam para ali para poderem ver e apreciar as meninas que também ali iam e se juntavam.
        Era também ali que os animais dos transportes e dos lavradores bebiam a água excedente que corria para umas pias de pedra.
        A mina entretanto ruiu, a água começou a escassear e ficou imprópria para consumo, devido à utilização dos adubos e pesticidas.
        As Canalizações, que levavam água até às fontes, ficaram deterioradas e as fontes foram ficando inactivas.
        Essas fontes são um ex-libris da nossa freguesia


        (Vista lateral da fonte )



        (Vista frontal da fonte )



        Fonte do Mouchão – 1960



        ANCAS - Carta de Doação da freguesia

        (Carta de Doação de Ancas por D. Afonso Henriques a Marina Soares no ano de 1143)


        TRADUÇÃO DA CARTA DE DOAÇÃO DE ANCAS:

        1143, Novembro – D. Afonso Henriques doa a vila de Ancas (c. de Anadia) a Marinha Soares.

        TT - CR, Santa Cruz de Coimbra, m. I (régios), doc. 24.
        Publ.: Documentos Medievais Portugueses, Documentos Régios, vol. I, t.I, Lisboa, 1958, doc. 201.

        Em nome de Cristo. Uma vez que é apanágio dos reis, e de todo o varão detentor do título de homem livre, satisfazer a sua vontade em relação aos seus próprios bens, eu Afonso rei de Portugal, filho do conde Henrique e da rainha Teresa, neto também do grande rei Afonso decidi fazer carta de doação e firmidão a ti Marinha Soares da minha vila ("uilla") própria que é chamada Ancas (Enchas) e que assim é delimitada. A oriente como divide com Mogofores e com Sá por uma fonte de Lodeiro como verte água por aquele sobreiro forcado e daí por aquela estrada mourisca e daí por aquela lagoa e daí àqueles poços e daí àquela lagoa e daí por aquela estrada pequena que vai a Paredes e daí por aquela mamoa como verte água para áfrico e daí à via de S. Lourenço e daí liga-se por aquela fonte de Lotário. Dou e concedo-te essa sobredita vila ("uillam") com as suas direituras e com todo o meu direito onde quer que possas alcançar para remédio da minha alma e pelo bom serviço que a mim sempre fizeste, de modo que deste dia tu a possuas como eu a possuí e toda a tua posteridade em perpétuo e faças dela o que te agradar.
        Por isso todo aquele que contra esta minha doação levantar ameaça ou de alguma maneira tentar diminui-la ou alterá-la, se feita segunda ou terceira admoestação não pagar a adequada coima, seja maldito e separado do senhor Deus e além disso pague a ti e a teus sucessores essa vila ("uillam") em duplicado ou quanto for melhorada e DC os soldos de boa moeda e ao senhor da terra outro tanto e reconheça-se culpado em divino juízo da iniquidade que perpetrou e no juízo final seja submetido a rigorosa punição, e esta minha dádiva tenha sempre validade.
        Feita essa firmíssima carta de doação no mês de Novembro da Era de Mª Cª LXXXª Iª. Eu Afonso príncipe da pátria, Portugalense que esta doação seriamente mandei escrever perante testemunhas idóneas roboro e com as minhas próprias mãos faço este sinal.
        Egas Moniz mordomo da cúria confirmo, Álvaro alferes conf., Fernando Cativo cof., Mendo Afonso conf., o senhor de Coimbra Rodrigo conf.
        Pedro Mendes procurador testemunha, Randulfo ts., Gonçalo Dias ts., Martinho Anaia ts., Fernando Guterres ts.,
        Alberto Chanceler notou.
        (Sinal) Portugal.

        Tradução de Maria Helena da Cruz Coelho
        Professora da Faculdade de Letras de Lisboa

        freguesia de "ANCAS"


        População: 733



        Actividades económicas: Agricultura e pequena indústria



        Festas e Romarias: Nossa Senhora da Assunção (15 de Agosto), S. Martinho (11 de Novembro), S. Geraldo (50 dias após a Páscoa) e Nossa Senhora de Vagos (última sexta-feira de Agosto)



        Património: Igreja matriz e cruzeiros (largo da Igreja e lugar do Cruzeiro)



        Outros Locais: Lagoa do Paúl e Quinta do Convivial



        Gastronomia: Leitão assado e chanfana



        Colectividades: Clube de Caça, Campismo e Caravanismo de Ancas, Clube de Ancas e Desportivo de Ancas



        Orago: N. Sra. da Assunção

        (Orago - N. Sra. da Assunção)

        ANCAS:

        Ancas é uma freguesia portuguesa, do concelho de Anadia, com 6,34 Km² de área e 757 habitantes (2001). Densidade: 119,4 h/km². É a freguesia menos habitada do Concelho de Anadia.

        HISTORIAL:

        Ancas assenta numa pequena elevação e dista cerca de 6 Kms da sede do concelho; dada a sua localização sugere-nos a existência de civilização castreja e dolménica nos arredores.
        Já existia no séc. XII, século da sua iniciação paroquial. Segundo, um documento originário do cartório de Santa Cruz de Coimbra trás a doação - da "villa" de Enchas, Encas, Ancas – finalmente, feita por D. Afonso Henriques, em Novembro de 1143, a D. Marina Soares. Os limites aí indicados, relativamente fáceis de identificar no terreno, fazem a referência a “locus dictus” e a povoações como Sá (de Sangalhos), Mogofores, Paredes e S. Lourenço.
        Em 1561, aparece naquilo que chamamos hoje o mais antigo mapa de Portugal. De realçar que é a única terra do actual concelho de Anadia que aí consta.
        No século XVIII era lugar da Província da Beira, Bispado de Coimbra, Arcediago do Vouga, Correição de Montemor, provedoria de Esgueira, termo da Vila de Recardães.
        O pároco da freguesia, detinha o cargo vitaliciamente com o título de prior, sendo apresentado pela casa de Aveiro, que detinha o direito de padroado. No reinado de D. José com a condenação do Duque de Aveiro passou a Padroado Real.
        Com a Revolução liberal, toda a divisão anacrónica do reino em pequenos concelhos, muitos dos quais sem continuidade geográfica, com pequenas parcelas encravadas no meio de outros, terminou.
        Ancas que pertenceu primitivamente ao concelho de Recardães, passa a fazer parte do concelho de S. Lourenço do Bairro, sendo nesta altura incorporado no concelho de Anadia em 31 de Dezembro de 1853, em virtude do decreto que extinguiu o concelho de S. Lourenço do Bairro.

        TOPÓNIMO

        Enchas, no Inicio: Enchas... Encas... Ancas, foi esta a evolução do Topónimo da Freguesia