quarta-feira, 20 de agosto de 2008

AVELÃS DE CIMA - Património Cultural















Do património cultural e edificado desta freguesia são de se destacar: a Capela de Nossa Senhora das Neves, cuja edificação remonta ao século XVI e que foi classificada como Imóvel de Interesse Público, por Decreto n.º5/2002, DR. 42 de 19 de Fevereiro de 2002; o cruzeiro do século XVII, em S. Pedro; e a Igreja Paroquial de S. Pedro, fundada em 1173, tendo então por orago Santa Maria e S. Pedro.


































  • Arquitectura religiosa:















- Igreja Matriz de Avelãs de Cima, edifício medieval de 1173
















Os documentos consultados sobre a igreja de S. Pedro e as inscrições existentes na frontaria da mesma, do lado direito e esquerdo, dizem-nos que este templo começou a ser reedificado em 1743. As obras foram feitas na mesma.
















O padroado desta igreja foi secular, tendo sido padroeiro, à data da sua reedificação, Francisco de Almada, donatário da vila de Avelãs de Cima.
Na primitiva igreja existia uma inscrição na frontaria exterior, em letra gótica, a qual, terminada a reedificação da igreja, foi mudada para o lado de dentro, e colocada junto à pia baptismal.
Foi Prior desta igreja, Sebastião Pereira de Miranda Henriques, ascendente da CASA DA GRACIOSA.








Esta igreja foi ultimamente restaurada em 1957 e 1958, a expensas esta freguesia, sendo, então, pároco da mesma, o Reverendo P. José António de Jesus Capela.
Para além da ajuda material dos habitantes desta comunidade, que muito generosamente contribuíram para a realização deste restauro, esteve a iniciativa, a vontade férrea e o dinamismo do referido pároco, dispensando a esta obra toda a sua inteligência e entusiasmo contagiante, nunca regateando esforços. Exerceu muitas vezes a função de servente de pedreiro e de arquitecto, pelas proveitosas sugestões que apresentou.








_ Testemunhos Escritos:








Esculpido em letras latinas, na parte direita, no exterior da frontaria:
do templo, há uma inscrição que diz assim: "In era MCCXI fundara est, haec Eclesia in honorem DEY et Sanctae Mariae et Beati Petri Apostoli, quam prelatus Praesbiter fecit arque suorum Laycorum adjutorio. Pelagius Magister Scripsit;} .
TRADUÇÃO: No ano de 1211 foi construída esta igreja em honra de Deus, de Santa Maria e do apóstolo S. Pedro que o prelado presbítero fez com o auxílio dos seus leigos. Escreveu o Mestre Pelágio.

Em correspondência da parte esquerda, há outra inscrição alusiva à reedificação do templo, em 1743, que diz: «Anno Dii 1714 rehedificari coepit
haec eclesia, Beati Petri Apostoli, título decorara, eam regente Sebastiano Pereyra de Miranda Henriquez et operi praesidente qui haec scripsit, Emanuel de Andrade. Erat tunc Ecclesiae Procurator Joannes Rodiricus, qui operi rasidue incumbebat».
TRADUÇÃO: No ano de 1714, começou a ser reedificada esta igreja em honra do apóstolo S. Pedro, regendo-a Sebastião Pereira de Miranda Henriques, e presidindo aos trabalhos quem escreveu esta inscrição, Emanuel de Andrade. Era, então, Procurador da Igreja João Rodrigo, que acompanhava assiduamente o trabalho da reedificação.








_ Aspecto Artístico:














Do «INVENTÁRIO ARTÍSTICO DO DISTRITO DE AVEIRO – ZONA SUL» se transcreve: «Trata-se de um edifício vasto, alto e sólido, que mostra conjuntamente com outros, que havia bons mestres construtores regionais, na transição dos séculos.
A capela-mor cobre-se de abóbada de aresta, certamente de tijolo; o corpo, de madeira, aos caixotões rectangulares, formando doze séries de cinco.







Tem a porta principal duas travessas e opostas; dois arcos colaterais ao arco cruzeiro e mais dois cavados nos flancos junto aos ombros, todos eles destinados a altares; quatro janelas no corpo e dois janelões no santuário; torre à esquerda da frontaria com escada anexa e exterior; coro alto e levantado em três arcos de cantaria; baptistério sob a torre, púlpito à esquerda. Ao lado do Evangelho encosta-se a sacristia além de anexos.







A frontaria é uma das regulares composições arquitectónicas bairradinas. Fortes cunhais, ligados por cimalha direita, erguendo-se-lhe acima a empena que é dominada de fogaréus e da cruz. Acompanham o vão rectangular da porta duas pilastras dóricas sobre pedestais; aquelas imitando mísulas chatas que folhas de acanto decoram; estes, os pedestais, a de mísulas também mais robustas; o frontão é quebrado, ondulante e com as extremidades dos ramos enroladas; acompanham-no duas altas pirâmides; sobrepõe sê-lhe um nicho de duas colunas coríntias, entablamento e frontão curvo e aberto. As janelas do coro têm também frontão aberto mas triangular; ficando-lhes imediatamente inferiores as lápides, cercadas de molduras de folhagens.A torre, à esquerda, é formada de dois corpos; a sua cobertura data já da segunda metade do séc. XVIII. O acesso é feito por escada de pedra em espiral, dando serventia ao coro e ao corpo do relógio».







Na última passagem faz alusão ao cruzeiro e diz: «Junto do cemitério à beira do caminho. Está datado: ANNO 1680. Tipo de templete, compõe-se de quatro colunas dóricas, lisas sobre pedestais, suportando entablamento direito sobre que assenta cúpula de tijolo, com nervuras internas, em forma de dois arcos cruzados. Levanta-se em três degraus. Ao centro coluna dórica, com CRISTO CRUCIFICADO, já da segunda metade do séc. XVIII.







- Capelas














_Boialvo:













Venera S. Simão. Capela muito antiga com coro em madeira. Tem três nichos, em calcário, separados por duas colunas coríntias. No nicho central, encontra-se a imagem de S. Simão, escultura em pedra, do séc. XVII.









A capela tem um relógio, comprado em 1982, a expensas da povoação; está situado na sacristia, com altifalante, ouvindo-se os sinais das horas e suas fracções principais, nos subúrbios da povoação.







A festa em honra do padroeiro passou a efectuar-se, há uns anos a esta parte, em meados de Setembro, e não no dia litúrgico - 28 de Outubro por conveniência das mordomias.






_Candieira:




A construção de uma capela no lugar da Candieira era uma velha aspiração de todas as pessoas desta localidade. De 1928 a 1930, os habitantes desta aldeia tiveram uma comissão para levar a efeito a sua construção.
A ideia esteve em marcha, a tal ponto que foram comprados muitos materiais, tendo sido mesmo aplicados alguns, pois foram levantadas paredes com cerca de 1,70 metro de altura, no mesmo local onde se encontra a actual.
Por motivos de discordância entre alguns membros da sobredita comissão de obras, a construção começada não teve seguimento. As paredes levantadas acabaram por ser destruídas pela acção do tempo.
Após vinte e nove anos da primeira tentativa, surgiu, de novo, o desejo da construção da sua capela.
No dia 7 de Junho de 1959, foi benzida e assente a primeira pedra, que veio da igreja de S. Pedro desta freguesia. No dia 10 de Janeiro de 1960, o povo da Candieira inaugurou o seu templo de traçado simples, com as imagens de Nossa Senhora de Fátima e S. José. Tem coro em alvenaria e sem retábulos; as imagens estão assentes em pedestais de madeira; torre alta, estando, sob a cúpula desta, a sineta. Para dar claridade ao interior da capela, tem esta, do lado do nascente, nove vitrais verticais-rectangulares, sendo cinco mais largos.
Foto capela da Candieira

Esta obra foi feita a expensas da povoação, tendo também contribuído muito generosamente um filho desta aldeia, Senhor José Maria Cristo, industrial em Lisboa, bem como um sócio deste, já falecido, Senhor Engo Zimbarra.
Dispõe também a capela de um relógio, colocado Interiormente, comum altifalante na torre.



  • Figuras Ilustres:

_ D. José Pereira dos Santos







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