segunda-feira, 9 de junho de 2008

freguesia de "AVELÃS DE CAMINHO"

População: 1236

Actividades económicas: Agricultura e indústria

Festas e Romarias: Nossa Senhora da Saúde (15 de Agosto), Senhor dos Aflitos (1.º domingo de Maio) e Santo António (13 de Junho)
Património: Igreja Matriz de Avelãs de Caminho, Chafariz de Avelãs de Caminho, Pelourinho de Avelãs de Caminho, Ponte Choupal e Capela Senhor dos Aflitos

Outros Locais: Moinhos da Quebrada, da Rua de Trás, dos Nogueiras e Moinho Novo

Gastronomia: Leitão assado

Colectividades: ACRAC — Associação Cultural e Recreativa de Avelãs de Caminho, ASAC — Associação Social de Avelãs de Caminho e Junta de Agricultores de Avelãs de Caminho

Orago: Santo António

AVELÃS DE CAMINHO:

Avelãs de Caminho é uma freguesia portuguesa do concelho de Anadia, com 6,27 km² de área e 1 236 habitantes (2001). Densidade: 197,1 h/km².
Em pleno coração da Bairrada, Avelãs de Caminho surge, muitas vezes, referenciada como uma pequena freguesia do concelho de Anadia.
Contudo, a sua dimensão, não a impediu de ser, em momento algum da sua longa história, povoação de certa importância. A sua integração nesta riquíssima região bairradina e o facto de conviver de perto com uma importante Via Militar Romana, que ligava Conimbriga a Bracara Augusta (Braga), fez com que o seu nome figurasse na história ao longo dos séculos, chegando mesmo a ser concelho, em 1835. De salientar, também, que o facto de a zona onde se inscreve a actual freguesia de Avelãs de Caminho ser generosamente fertilizada pelas águas dos rios Cértoma e da Serra.

HISTORIAL:

A freguesia de Avelãs de Caminho tem um passado histórico muito rico, aparecendo já nas crónicas romanas do tempo de César Augusto que se referem a "Avellanum". De facto é de crer pela documentação da região de Águeda antes do século XII, que o povoamento deste lugar seja muito remoto, apesar de não haver nela alusões a ele, sendo, ao que parece, a primeira conhecida (por perda das anteriores que houvesse) a da carta de couto de 14 de Fevereiro de 1132 por D. Afonso Henriques ao bispo conimbricense D. Bernardo para Barrô e Aguada, na qual se lê que Aguada dividia com Avelãs de Caminho e Avelãs de Cima, já de termos existentes, próprios e separados. Nesta carta citam-se também "Avelanas de Susanas" (Avelãs de Jusã ou de Jusãs, com bem remota silepse de número) este determinativo sem dúvida se refere a uma notável via antiga que aqui passava. Aquela via, que seria por isso a estrada romana de Aeminium a Cale, era de facto, o "caminho" mais seguido em toda a região, e daí que o determinativo "de Baixo" se substituísse por "do Caminho". Este "caminho" faz parte de um episódio e drama notável da primeira metade do século XIII, e, com ele, a própria povoação de Avelãs do Caminho, no qual figura a aliciante concubina de D. Sancho I, D. Maria Pais, a Ribeirinha dos literatos.
Avelãs de Caminho foi concelho de origem senhorial e medieval. Depois do século XVII, o senhorio encontrava-se em casa dos Marqueses de Marialva, que nomeavam ou punham as justiças na vila. Esta governava-se no cível por dois juízes ordinários e mais oficiais da câmara e escrivães, tabeliões e alcaides.
A povoação formou pequeno concelho, tendo obtido Foral manuelino, em Lisboa, a 13 de Novembro de 1514.


TOPONÍMIA:

A primeira referência a Avelãs de Caminho de que há registo, remonta ao tempo de César Augusto onde se refere "Avellanum" como a região da foz do Rio da Serra. Esta região, seria, por altura da ocupação Romana, rica em Aveleiras o que lhe daria certamente aquela designação. Daqui e até ao estabelecimento da forma final, a denominação da povoação iria passar por "Ave1anas" no séc. X, "Ave1anas de Susanas" (Avelãs de Baixo) no séc. XII, e no século seguinte encontram-se referências várias a "Ave1anis de Jusanis" (Avelãs de Jusão ou a Jusante). No foral de D. Manuel I, em 1514, aparece já com uma grafia próxima da actual "Avelãs do Caminho". O designativo "do Caminho", surge já no final da Idade Média, como forma de melhor identificar o sítio dentro da zona que hoje constitui as freguesias de Avelãs de Caminho e Avelãs de Cima. O "Caminho" refere-se como já vimos à Via Romana, actua1 EN 1.
A tradição diz-nos que o nome de avelãs de Caminho provém do facto de em tempos recuados existirem nas proximidades desta localidade, numerosas árvores chamadas aveleiras ou avelaneiras.
Além disso, há ainda um outro episódio que a tradição nos transmitiu e que tem certo interesse:
Outrora, quando os passantes se aproximavam daqui e perguntavam qual era o caminho mais curto e indicado, a percorrer, para chegarem a determinada povoação, vila ou cidade, a resposta era invariavelmente esta: ”ides pelo caminho das aveleiras e assim chegareis lá com mais facilidade”.
Estas duas últimas versões são testemunho da tradição popular.


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