segunda-feira, 9 de junho de 2008

AVELÃS DE CAMINHO - Brasão, Bandeira e Selo

BRASÃO:




Escudo de azul, barra de prata lavrada de negro, entre dois ramos de aveleira, de prata, frutados de ouro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: «AVELÃS de CAMINHO».


BANDEIRA:



Esquartelada de amarelo e azul. Cordão e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.





SELO:

Nos termos da Lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Avelãs de Caminho - Anadia».

freguesia de "AVELÃS DE CAMINHO"

População: 1236

Actividades económicas: Agricultura e indústria

Festas e Romarias: Nossa Senhora da Saúde (15 de Agosto), Senhor dos Aflitos (1.º domingo de Maio) e Santo António (13 de Junho)
Património: Igreja Matriz de Avelãs de Caminho, Chafariz de Avelãs de Caminho, Pelourinho de Avelãs de Caminho, Ponte Choupal e Capela Senhor dos Aflitos

Outros Locais: Moinhos da Quebrada, da Rua de Trás, dos Nogueiras e Moinho Novo

Gastronomia: Leitão assado

Colectividades: ACRAC — Associação Cultural e Recreativa de Avelãs de Caminho, ASAC — Associação Social de Avelãs de Caminho e Junta de Agricultores de Avelãs de Caminho

Orago: Santo António

AVELÃS DE CAMINHO:

Avelãs de Caminho é uma freguesia portuguesa do concelho de Anadia, com 6,27 km² de área e 1 236 habitantes (2001). Densidade: 197,1 h/km².
Em pleno coração da Bairrada, Avelãs de Caminho surge, muitas vezes, referenciada como uma pequena freguesia do concelho de Anadia.
Contudo, a sua dimensão, não a impediu de ser, em momento algum da sua longa história, povoação de certa importância. A sua integração nesta riquíssima região bairradina e o facto de conviver de perto com uma importante Via Militar Romana, que ligava Conimbriga a Bracara Augusta (Braga), fez com que o seu nome figurasse na história ao longo dos séculos, chegando mesmo a ser concelho, em 1835. De salientar, também, que o facto de a zona onde se inscreve a actual freguesia de Avelãs de Caminho ser generosamente fertilizada pelas águas dos rios Cértoma e da Serra.

HISTORIAL:

A freguesia de Avelãs de Caminho tem um passado histórico muito rico, aparecendo já nas crónicas romanas do tempo de César Augusto que se referem a "Avellanum". De facto é de crer pela documentação da região de Águeda antes do século XII, que o povoamento deste lugar seja muito remoto, apesar de não haver nela alusões a ele, sendo, ao que parece, a primeira conhecida (por perda das anteriores que houvesse) a da carta de couto de 14 de Fevereiro de 1132 por D. Afonso Henriques ao bispo conimbricense D. Bernardo para Barrô e Aguada, na qual se lê que Aguada dividia com Avelãs de Caminho e Avelãs de Cima, já de termos existentes, próprios e separados. Nesta carta citam-se também "Avelanas de Susanas" (Avelãs de Jusã ou de Jusãs, com bem remota silepse de número) este determinativo sem dúvida se refere a uma notável via antiga que aqui passava. Aquela via, que seria por isso a estrada romana de Aeminium a Cale, era de facto, o "caminho" mais seguido em toda a região, e daí que o determinativo "de Baixo" se substituísse por "do Caminho". Este "caminho" faz parte de um episódio e drama notável da primeira metade do século XIII, e, com ele, a própria povoação de Avelãs do Caminho, no qual figura a aliciante concubina de D. Sancho I, D. Maria Pais, a Ribeirinha dos literatos.
Avelãs de Caminho foi concelho de origem senhorial e medieval. Depois do século XVII, o senhorio encontrava-se em casa dos Marqueses de Marialva, que nomeavam ou punham as justiças na vila. Esta governava-se no cível por dois juízes ordinários e mais oficiais da câmara e escrivães, tabeliões e alcaides.
A povoação formou pequeno concelho, tendo obtido Foral manuelino, em Lisboa, a 13 de Novembro de 1514.


TOPONÍMIA:

A primeira referência a Avelãs de Caminho de que há registo, remonta ao tempo de César Augusto onde se refere "Avellanum" como a região da foz do Rio da Serra. Esta região, seria, por altura da ocupação Romana, rica em Aveleiras o que lhe daria certamente aquela designação. Daqui e até ao estabelecimento da forma final, a denominação da povoação iria passar por "Ave1anas" no séc. X, "Ave1anas de Susanas" (Avelãs de Baixo) no séc. XII, e no século seguinte encontram-se referências várias a "Ave1anis de Jusanis" (Avelãs de Jusão ou a Jusante). No foral de D. Manuel I, em 1514, aparece já com uma grafia próxima da actual "Avelãs do Caminho". O designativo "do Caminho", surge já no final da Idade Média, como forma de melhor identificar o sítio dentro da zona que hoje constitui as freguesias de Avelãs de Caminho e Avelãs de Cima. O "Caminho" refere-se como já vimos à Via Romana, actua1 EN 1.
A tradição diz-nos que o nome de avelãs de Caminho provém do facto de em tempos recuados existirem nas proximidades desta localidade, numerosas árvores chamadas aveleiras ou avelaneiras.
Além disso, há ainda um outro episódio que a tradição nos transmitiu e que tem certo interesse:
Outrora, quando os passantes se aproximavam daqui e perguntavam qual era o caminho mais curto e indicado, a percorrer, para chegarem a determinada povoação, vila ou cidade, a resposta era invariavelmente esta: ”ides pelo caminho das aveleiras e assim chegareis lá com mais facilidade”.
Estas duas últimas versões são testemunho da tradição popular.


ANCAS - Brasão, Bandeira e Selo

BRASÃO:
Armas - Escudo de ouro, flor-de-lis de púrpura, acompanhada em chefe de dois cachos de uvas do mesmo, folhados de verde e, em ponta, de dois ramos de oliveira de verde, frutados de negro. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “ ANCAS “.


BANDEIRA:
De púrpura. Cordão e borlas de ouro e púrpura. Haste e lança de ouro

(Estandarte para cerimónias e cortejos (1x1))

(Bandeira para hastear em edifícios (2x3))


SELO:

Nos termos da Lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Ancas - Anadia.






ANCAS - Património Cultural

  • Arquitectura Religiosa:

- Igreja Paroquial:

O edifício encontra-se ao lado da povoação sede, em frente ao largo terreiro.
A Igreja paroquial, de invocação a Nossa Senhora da Assunção foi reformada no final do séc. XVII, mais concretamente em 1689, data que se pode ler na porta da esquerda.
Numa singela pia da entrada principal, está gravada o "ANNO DE 1726".
A igreja é de plano costumado, ombros estreitos, sem retábulos, torre à direita da fachada e sobre ela o baptistério.
A capela-mor é abobadada de berço corrido em tijolo.
A fachada, de cunhais em pilastra, dominados de pináculos em forma de pirâmides sobre pedestais pançados, mostra uma porta rectangular e de breve cornija e ainda uma janela de coro, mas posterior.
A torre de cunhais igualmente apilastrados, é coroada de entablamento, havendo em cada ângulo da cornija uma gárgula estriada, só ornamental. Tem cobertura piramidal e acantonada de pináculos do tipo dos da frontaria e da parede do arco cruzeiro. A porta travessa, à esquerda, segue o modelo da principal.
O retábulo da capela-mor, é de talha de madeira, pertencente à primeira metade do século XVIII e é de medianas dimensões; compõe-se de ampla tribuna, em concha, e de um par de colunas lisas a cada lado, havendo mísulas intermédias. Encostam-se às paredes laterais da igreja dois outros, pequenos, do fim do século XVIII, obras comuns, com nichos entre duas colunas e de ornato concheado.
O púlpito é dotado de singela bacia de pedra da época da reconstrução.
A pia baptismal é igualmente simples, do Séc. XVII.
Possui uma escultura de calcário, da Virgem com o menino, de fino pragueado e de certa categoria, pertence à primeira metade do século XV.
A imagem de S. Brás vestido de Bispo, gótico do início do séc. XVI, é corrente.Também há obras comuns e de pedra são as de Santo Amaro e Santa Luzia, ambas do séc. XVI.



(Igreja Ancas - foto 2005)

(escultura de calcário, da Virgem com o menino séc. XV, pertencente à capela de Ancas)



  • Arquitectura Administrativa:

- Cruzeiros:

Há dois cruzeiros em Ancas, com datas quase invisíveis, mas que apontam para o ano de 1668. Existe um no adro e outro na rua do cruzeiro, na saída para a Fogueira.
As colunas são do tipo dórico, cruz singela, base de alçado pentagonal, notando-se naturalmente, reformas ao traçado original.

(cruzeiro da rua do cruzeiro)


(cruzeiro do largo da igreja)

  • LOCAIS A VISITAR:
Como património e locais de interesse turístico merecem uma visita a Igreja Matriz, o Cruzeiro no largo da Igreja, o Cruzeiro no lugar de Cruzeiro, a Lagoa do Paúl e a Quinta do Convivial.




(Fotos 2005 - Lagoa do Paúl)


(Quinta do Convivial - Largo da Igreja)



- Cultura:
Possui um club e Junta de freguesia.
Nos finais da Monarquia, 1904, é criado o Club D’Ancas, no dia 8 de Dezembro, sendo hoje a mais antiga associação cultural do concelho.



(Fotos 2005)


- Educação:


Uma Escola Primária e um Jardim de Infância são os estabelecimentos de ensino existentes.

(EB 1 de Ancas)

- Saúde:

Esta Freguesia tem uma Farmácia e uma Unidade de Saúde. O Hospital de Anadia é a solução para os casos de maior gravidade.

(Posto Médico)

- Desporto:

Esta vertente está ao cuidado de várias entidades. São elas: o Desportivo de Ancas fundado em 1946, o Clube de Ancas e o Clube de Caça, Pesca, Campismo e Caravanismo de Ancas.


(Clube Desportivo )


(Clube de Caça, Pesca, Campismo e Caravanismo)

- Gastronomia:

Chanfana, Leitão assado acompanhado sempre pelo bom vinho da região;



- Festividades:

Ancas tem, como padroeira Nossa Senhora da Assunção realizando uma festa em sua honra no dia 15 de Agosto. No dia 11 de Novembro realiza-se a festa de S. Martinho; a de S. Geraldo é festejada cinquenta dias após a Páscoa e a de Nossa Senhora de Vagos na última sexta-feira de Agosto.

(Romaria de Nossa Senhora de Vagos em Ancas)



- Antigas fontes da freguesia de Ancas:



Fonte no Largo do Comércio - construída por volta do ano 1920:


Uma das antigas fontes existentes na freguesia foi construída por volta do ano 1920, ano em que foi feito o projecto do abastecimento de água à freguesia com vários fontanários, abastecidos de água de uma mina, existente em propriedades privadas e que abastecia várias fontes. Essas fontes foram, em tempos, locais públicos em que a população se reunia, uns porque se iam abastecer às fontes e os mais jovens iam para ali para poderem ver e apreciar as meninas que também ali iam e se juntavam.
Era também ali que os animais dos transportes e dos lavradores bebiam a água excedente que corria para umas pias de pedra.
A mina entretanto ruiu, a água começou a escassear e ficou imprópria para consumo, devido à utilização dos adubos e pesticidas.
As Canalizações, que levavam água até às fontes, ficaram deterioradas e as fontes foram ficando inactivas.
Essas fontes são um ex-libris da nossa freguesia


(Vista lateral da fonte )



(Vista frontal da fonte )



Fonte do Mouchão – 1960



ANCAS - Carta de Doação da freguesia

(Carta de Doação de Ancas por D. Afonso Henriques a Marina Soares no ano de 1143)


TRADUÇÃO DA CARTA DE DOAÇÃO DE ANCAS:

1143, Novembro – D. Afonso Henriques doa a vila de Ancas (c. de Anadia) a Marinha Soares.

TT - CR, Santa Cruz de Coimbra, m. I (régios), doc. 24.
Publ.: Documentos Medievais Portugueses, Documentos Régios, vol. I, t.I, Lisboa, 1958, doc. 201.

Em nome de Cristo. Uma vez que é apanágio dos reis, e de todo o varão detentor do título de homem livre, satisfazer a sua vontade em relação aos seus próprios bens, eu Afonso rei de Portugal, filho do conde Henrique e da rainha Teresa, neto também do grande rei Afonso decidi fazer carta de doação e firmidão a ti Marinha Soares da minha vila ("uilla") própria que é chamada Ancas (Enchas) e que assim é delimitada. A oriente como divide com Mogofores e com Sá por uma fonte de Lodeiro como verte água por aquele sobreiro forcado e daí por aquela estrada mourisca e daí por aquela lagoa e daí àqueles poços e daí àquela lagoa e daí por aquela estrada pequena que vai a Paredes e daí por aquela mamoa como verte água para áfrico e daí à via de S. Lourenço e daí liga-se por aquela fonte de Lotário. Dou e concedo-te essa sobredita vila ("uillam") com as suas direituras e com todo o meu direito onde quer que possas alcançar para remédio da minha alma e pelo bom serviço que a mim sempre fizeste, de modo que deste dia tu a possuas como eu a possuí e toda a tua posteridade em perpétuo e faças dela o que te agradar.
Por isso todo aquele que contra esta minha doação levantar ameaça ou de alguma maneira tentar diminui-la ou alterá-la, se feita segunda ou terceira admoestação não pagar a adequada coima, seja maldito e separado do senhor Deus e além disso pague a ti e a teus sucessores essa vila ("uillam") em duplicado ou quanto for melhorada e DC os soldos de boa moeda e ao senhor da terra outro tanto e reconheça-se culpado em divino juízo da iniquidade que perpetrou e no juízo final seja submetido a rigorosa punição, e esta minha dádiva tenha sempre validade.
Feita essa firmíssima carta de doação no mês de Novembro da Era de Mª Cª LXXXª Iª. Eu Afonso príncipe da pátria, Portugalense que esta doação seriamente mandei escrever perante testemunhas idóneas roboro e com as minhas próprias mãos faço este sinal.
Egas Moniz mordomo da cúria confirmo, Álvaro alferes conf., Fernando Cativo cof., Mendo Afonso conf., o senhor de Coimbra Rodrigo conf.
Pedro Mendes procurador testemunha, Randulfo ts., Gonçalo Dias ts., Martinho Anaia ts., Fernando Guterres ts.,
Alberto Chanceler notou.
(Sinal) Portugal.

Tradução de Maria Helena da Cruz Coelho
Professora da Faculdade de Letras de Lisboa

freguesia de "ANCAS"


População: 733



Actividades económicas: Agricultura e pequena indústria



Festas e Romarias: Nossa Senhora da Assunção (15 de Agosto), S. Martinho (11 de Novembro), S. Geraldo (50 dias após a Páscoa) e Nossa Senhora de Vagos (última sexta-feira de Agosto)



Património: Igreja matriz e cruzeiros (largo da Igreja e lugar do Cruzeiro)



Outros Locais: Lagoa do Paúl e Quinta do Convivial



Gastronomia: Leitão assado e chanfana



Colectividades: Clube de Caça, Campismo e Caravanismo de Ancas, Clube de Ancas e Desportivo de Ancas



Orago: N. Sra. da Assunção

(Orago - N. Sra. da Assunção)

ANCAS:

Ancas é uma freguesia portuguesa, do concelho de Anadia, com 6,34 Km² de área e 757 habitantes (2001). Densidade: 119,4 h/km². É a freguesia menos habitada do Concelho de Anadia.

HISTORIAL:

Ancas assenta numa pequena elevação e dista cerca de 6 Kms da sede do concelho; dada a sua localização sugere-nos a existência de civilização castreja e dolménica nos arredores.
Já existia no séc. XII, século da sua iniciação paroquial. Segundo, um documento originário do cartório de Santa Cruz de Coimbra trás a doação - da "villa" de Enchas, Encas, Ancas – finalmente, feita por D. Afonso Henriques, em Novembro de 1143, a D. Marina Soares. Os limites aí indicados, relativamente fáceis de identificar no terreno, fazem a referência a “locus dictus” e a povoações como Sá (de Sangalhos), Mogofores, Paredes e S. Lourenço.
Em 1561, aparece naquilo que chamamos hoje o mais antigo mapa de Portugal. De realçar que é a única terra do actual concelho de Anadia que aí consta.
No século XVIII era lugar da Província da Beira, Bispado de Coimbra, Arcediago do Vouga, Correição de Montemor, provedoria de Esgueira, termo da Vila de Recardães.
O pároco da freguesia, detinha o cargo vitaliciamente com o título de prior, sendo apresentado pela casa de Aveiro, que detinha o direito de padroado. No reinado de D. José com a condenação do Duque de Aveiro passou a Padroado Real.
Com a Revolução liberal, toda a divisão anacrónica do reino em pequenos concelhos, muitos dos quais sem continuidade geográfica, com pequenas parcelas encravadas no meio de outros, terminou.
Ancas que pertenceu primitivamente ao concelho de Recardães, passa a fazer parte do concelho de S. Lourenço do Bairro, sendo nesta altura incorporado no concelho de Anadia em 31 de Dezembro de 1853, em virtude do decreto que extinguiu o concelho de S. Lourenço do Bairro.

TOPÓNIMO

Enchas, no Inicio: Enchas... Encas... Ancas, foi esta a evolução do Topónimo da Freguesia

AMOREIRA DA GÂNDARA - Brasão


Escudo de ouro, dois cachos de uvas de púrpura, folhados de verde e alinhados em faixa; em chefe, uma mó de moinho vermelho e, em ponta, uma espiga de milho de prata, folhada de verde.
Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: “AMOREIRA DA GÂNDARA”.

Freguesia de "AMOREIRA DA GÂNDARA"



População: 1326


Actividades económicas: Agricultura e pequena indústria

Festas e Romarias: S. Martinho (11 de Novembro) e Sagrado Coração de Maria (1.º domingo de Setembro)

Património: Igreja matriz e pelourinho

Artesanato: Cestaria

Colectividades: Associação Desportiva Amoreirense, ACRA — Associação Cultural e

Recreativa de Amoreira da Gândara e Grupo de Teatro “Baluarte”

Orago: S. Martinho




















(Orago - S. Martinho)





AMOREIRA DA GÂNDARA:

Amoreira da Gândara é uma freguesia do concelho de Anadia, com 8,56 Km² de área e 1326 habitantes (2001). Densidade: 161,1 h/km². A freguesia de Amoreira Gândara fica a cerca de 15km da sede do concelho de Anadia (pertencente ao Distrito de Aveiro).
É composta por oito lugares (Amoreira da Gândara, Portouro, Madureira, Madureirinha, Ribeirinho, Ribeiro da Gândara e Relvada), Portouro é o lugar mais antigo.





HISTORIAL:

Amoreira da Gândara fez parte da freguesia de Sangalhos até 1928, data em que alcançou a sua autonomia civil e religiosa. A independência de Amoreira surgiu alegadamente pela grande distância relativamente à igreja matriz de Sangalhos.
É separada de Sangalhos civil e religiosamente pelo Decreto-Lei nº15/224, de 23 de Março de 1928.
A freguesia de Amoreira da Gândara é uma freguesia recente, no entanto, há povoações, nesta freguesia que nos indicam remota antiguidade. Por exemplo, Portouro - Portus Aureum. Sabe-se que esta freguesia é formada de terras separadas da freguesia de Sangalhos, S. Lourenço do Bairro e Vilarinho do Bairro.
Encontramos no foral Manuelino de Sangalhos (1514) referências a Amoreira, estando esta sob domínio de Santa Clara de Coimbra.




TOPONÍMIA:

Contam as pessoas mais velhas, que a povoação ficava no meio de gândaras (terrenos despovoados, cobertos de plantas bravas). A certa altura nasceu. sem ninguém plantar, uma amoreira que se tornou grande e bonita e que dava belas amoras amarelas. A bela amoreira e as muitas gândaras deram origem a este nome tão estranho, que é afinal o nome da nossa freguesia.

AMOREIRA DA GÂNDARA - Património Cultural

  • Arquitectura Religiosa:
- Igreja Paroquial de S. Martinho:

A Igreja Paroquial de Amoreira da Gândara tem por titulares S. Martinho e o Sagrado Coração de Maria. Criada a freguesia, fixou-se a sede na antiga capela de S. Martinho.
O edifício foi renovado e ampliado no período compreendido entre 1944-1950, conservando-se, todavia, parte das paredes laterais. A torre da fachada é anterior à reforma. Foram ainda aproveitados pequenos elementos. O púlpito que é de calcário data do século XVII, possui bacia cilíndrica, mas renovada e pé em forma de balaústre. Num pequeno nicho da frontaria colocaram S. Martinho, vestido de bispo, de calcário, do século XV, de tipo popular.
Conserva-se na sacristia uma placa calcária tendo em relevo o Calvário (Crucificado, Virgem e S. João) sob arco conopial, pertencente ao século XVI inicial, gótico, obra corrente. Há ainda uma Nossa Senhora da Conceição, do século XVII, de pedra e de pequeno nível. Nas obras de ampliação colocaram no solo, à entrada, duas campas da família Tavares Ferrão, transferidas do adro. Cada uma tem um brasão composto das cinco estrelas dos Tavares e das cincos faixas dos Távoras, o qual se insere num rótulo do tipo da primeira metade do século XVIII que foi inteiramente retocado e avivado na altura da mudança. Sob estas campas colocaram as ossadas de pessoas da mesma família, comemoradas em letreiros modernos.




(Igreja de S. Martinho - foto 2005)


(altar da igreja de S. Martinho - foto 2005)


  • Arquitectura Civil:

- Solar dos Távoras:

Viveu em Amoreira, a nobre família dos Távoras e algum dos seus descendentes, mais conhecidos pela família Tavares Ferrão.
O primeiro proprietário de vulto da casa dos Távoras de Amoreira da Gândara que nos aparece referenciado e Afonso Vicente, homem da privança de Gonçalo de Gamide, escrivão da Puridade de EI-Rei D. João I. Sabe-se que Afonso Vicente o acompanhou na tomada de Ceuta e por tal recebeu mercês de D. João , D. Duarte e D. Afonso V, bem como exerceu o oficio de escrivão das Sisas de Aveiro, cargo de que D. Duarte lhe mandou passar carta em Almeirim aos 16 de Dezembro de 1433, confirmada em Santarém aos 22 de Agosto de 1439. Ora Afonso Vicente foi senhor de dois casais em Amoreira da Gândara, senhorio que nos aparece citado no foral de Sangalhos, que D. Manuel assinou e datou em Lisboa a 20 de Agosto de 1514. Textualmente diz-nos isto o documento:
"tirando dois cartazes de Afonso Vicente, que pagão sabido dois capoens e pao sabido a saber de cada hu: outtro alqueires e metade trigo e a outra de centeo». Sabe-se ainda que estas terras eram separadas pelo rio Real e, a ter em conta o testemunho do seu 4° neto o licenciado Custódi o Fernando das Neves, mandou edificar no do lado norte sua moradia, mais dizendo que seu antepassado "houve de gran poder e fama», cultivando e povoando toda a zona que dantes eram matos bravios. Outro documento a salientar data de 1768, quando se fez um levantamento dos bens de D. Maria Angélica das Neves, viúva do doutor Manuel Afonso Vicente. Nele voltam a aparecer os citados casais, afirmando-se que no lado norte situam as casas de habitação, casa de lagares, estrebarias e mais dependências. Afonso Vicente casou com Catarina Lopes e teve de urn filho, Vasco, herdeiro das fazendas de seu pai, e uma filha; Catarina Afonso, mulher que foi de Martim Gomes Mexia, filho de Lopo Vaz Mexia. Ora ate a segunda metade do século XVIII e como já deixamos atrás citado, não nos aparecem os apelidos de Mendonça Ferrão e Castelo-Branco. Não excluímos a hip6tese de ter havido um casamento no século XVII com os Tavares de A veiro, algum descendente de Francisco de Tavares e sua mulher D. Joana de Távora, instituidores da capela-panteão no convento de Jesus de A veiro, segundo 0 letreiro existente que data essas obras de 1592. Para este trabalho e 0 que interessa e que a pedra de armas, com os quartéis esculpidos, data dos finais do século XVIII, talvez mesmo dos primeiros anos do século XIX, se atendermos que se encontra inserida num cunhal de cantaria de construção simples de rés do chão e l° andar. Durante a guerra civil era senhor da Casa Real, coronel de Milícia da Figueira da Foz, cavaleiro da Real Ordem de Nossa Senhora da Conceição, que se bateu no cerco do Porto pelo Senhor D. Miguel e foi Morgado de Recardães e Fontechans. 0 filho deste, José Pintio de Tavares Ferrão Castelo-Branco, senhor da quinta da Silveirinha, em Veiros, não só herdou todas as honras de seu pai, como foi ainda senhor das Casas das Tenentas, em Anadia, e da Sepins, casando com a filha do Bacharel Fernando Afonso de Almeida Coutinho, da casa dos Capitães-Morés de Anadia, e sendo estes pais do já citado D. Fernando de Tavares e Távora.
Armas e Dados Genealógicos
Em estudo francês esquartelado, rematado pelo coronel de nobreza, lêem-se os seguintes nomes:

1 ° - Ferrão - De prata, com cinco arruelas de vermelho, cada uma com seu ferrão azul, apontado para baixo; 2° - Castelo-Branco - De azul, com um leão de ouro,
armado e lampassado de vermelho;
3° - Tavares - De ouro, com cinco estrelas de seis raios de vermelho;
4° - Mendonça - Frachado: 0 primeiro e 0 quarto de verde, com banda de vermelho, perfilada de ouro; 0 segundo e 0 terceiro de ouro, com um S a negro.
As origens dos Castelo-Branco ficaram " mencionadas quando se registou um pouco de história da Casa de Óis do Bairro.
FERRAO - Este nome já existia no século XV, se bem que se desconheça a sua origem. Sabe-se que o mais antigo que aparece mencionado e Álvaro Gonçalves Ferrão, morador em Viseu e casado com Branca Vaz da Costa. Destes nasceu uma Leonor ou Joana Ferrão, que casou com Vasco Pais de Castelo -Branco, filho de Vasco Pais Cardoso, alcaide-mor de Trancoso, senhor de Moreira e Ervilhao, e de sua mulher D. Isabel Vasques de Castelo - Branco, de quem houve larga descendência que propagou o apelido Ferrão Castelo-Branco, como e o caso dos senhores desta Casa.
(
Aqua nativa Nº 14 pág. 72)

Assim, no centro da povoação, a marginar a estrada e debruçado sobre o rio de Levira, fica o solar de l778,com o respectivo brasão.
Abre-se a entrada, na fachada lateral do corpo da esquerda, dando acesso, a uma boa escadaria de dois lanços, um deles perpendicular a outro paralelo à fachada, com dois patamares.
As guardas da escada são de balaústres.
A porta é de vãos curvos e aros recortados.




(Solar dos Távoras - foto 2004)

(Brasão da casa dos Távoras - foto 2004)



  • Arquitectura Administrativa:

- Cruzeiro, no Largo Bento Lopes:






















- Educação:

Em relação à educação, a freguesia possui um jardim de infância e duas escolas primárias.


(EB1 [construção mais recente] amoreira da gândara)



(EB1 da Relvada em Amoreira da Gândara)


- Ecónomia:

Numa freguesia eminentemente rural, a agricultura assume grande importância.
Também a indústria vitivinícola é importante, produzindo-se aqui o bom vinho da Bairrada.
Nesta freguesia existem também oficinas de reparações de automóveis, serralharia, metalurgia.



- Saúde:

No âmbito da saúde, a freguesia tem ao serviço da população um posto médico e uma farmácia.
Contudo em situações de maior gravidade, os habitantes deslocam-se ao Hospital Distrital de Aveiro.


- Desporto e Cultura:


Amoreira possui as seguintes associações: Associação Desportiva Amoreirense, que dispõe de uma sede social própria e campo próprio para praticar futebol; o Baluarte, que promove representações de peças de teatro; Casa do Povo; Centro de Dia; Apoio Domiciliário, Creche e A.T.L.


- Festividades e Tradições:

S. Martinho (11 de Novembro) e Sagrado Coração de Maria ( 1º Domingo de Setembro)

A tradicional festa do Imaculado Coração de Maria, que ainda hoje tem lugar no primeiro Domingo de Setembro, constava de missa cantada, acompanhada de sermão e a culminar a procissão. Da igreja saíam os andores enfeitados com flores seguindo o percurso até ao cruzeiro e recolhendo novamente à igreja. Na procissão iam sempre pessoas a cumprir promessas, umas rezando, outras descalças, de joelhos ou vestidas com diversos hábitos. Havia quem oferecesse à padroeira ouro, flores ou dinheiro. Terminada a procissão tocava a banda até ao anoitecer. Já à noite dava-se início ao arraial. Esta festa sofreu alterações ao longo dos tempos. Actualmente, festeja-se também o S. Martinho celebrando-se missa, procissão e arraial.


- A Páscoa na Aldeia:

Antigamente, logo de manhã tocavam os sinos e saíam duas cruzes, uma para cada lado da localidade, que eram levadas pelos Juízes da Igreja. Começava-se a beijar a cruz de casa em casa onde toda a vizinhança, familiares e amigos se reuniam. Como sinal de que a cruz se estava a aproximar, tocava uma campainha que geralmente era trazida por uma criança. Havia outra que trazia um saco onde cada um depositava o seu donativo. O pároco, ao entrar nas casas, benzia-as com água benta e rezava a seguinte oração:
Aleluia, Aleluia Cristo ressuscitou Aleluia, Aleluia
Após o beijar da cruz, comiam-se amêndoas, tremoços, amendoins, pão-de-ló, bolo da Páscoa e o que cada um entendesse oferecer. No final do dia, quando as cruzes recolhiam, repicava o sino. Neste dia, era hábito os afilhados esperarem os seus padrinhos para receberem o folar (Bolo da Páscoa). Esta tradição manteve-se inalterada até aos dias de hoje.



- Festa do Galo:

Pelo Carnaval era hábito realizar-se, na escola, a tradicional Festa


- Casamentos de outros tempos:

Desde os primórdios da humanidade que sempre se celebraram casamentos. Estes eram bastante diferentes dos actuais.
Quando um rapaz e uma rapariga queriam casar, os pais do noivo iam pedir a mão da rapariga em casamento. Nesse dia marcava-se a data e o noivo oferecia, à noiva, o anel de noivado. Dois meses antes do casamento faziam-se os convites.
As noivas, de um modo geral, levavam um fato composto de saia e casaco e um véu. No entanto, as que pertenciam a famílias abastadas levavam vestido branco comprido envergando na mão o tradicional ramo de laranjeira (símbolo de virgindade ).
Após o acto católico, os noivos eram felicitados pelos convidados e a madrinha da noiva atirava amêndoas, na porta da igreja, para as crianças que por ali estivessem. Seguidamente, dirigiam-se a casa dos pais, ajoelhando-se na soleira da porta pedindo a sua bênção bem como perdão pelas ofensas passadas. Ao chegar a casa, a rua estava enfeitada com verdura e flores da época. Havia uma mesa com uma terrina que era destapada pelos noivos de onde saía um casal de pombas.
Partia-se para a boda que tinha como pratos: canja, cozido à portuguesa, carneiro assado com batatas e o tradicional leitão. Durante o almoço, a madrinha da noiva espalhava amêndoas pela mesa para os convidados. À sobremesa comia-se pão-de-ló, aletria, arroz doce e bolo de noiva.
Para beber servia-se vinho que os pais da noiva fabricavam em casa, embora nos casamentos mais ricos fosse servido espumante.
Quanto às núpcias ou não as havia ou eram curtas e passadas no país. Os noivos iam morar para casa dos pais de um deles.


- Formaturas:

Sempre que alguém terminava o seu curso fazia-se-lhe uma festa. Começava-se por ir esperar a pessoa ao comboio e iniciava-se o cortejo, apenas com alguns carros. Ao chegar à freguesia estalejavam foguetes e ofereciam-se flores ao recém – formado, acompanhadas dos respectivos cumprimentos de saudação. As raparigas solteiras atiravam pétalas de flores ao recém – formado. Os pais ofereciam um lanche aos convidados e abriam a adega a todos aqueles que quisessem beber. Para animar a festa, convidavam-se alguns músicos e todos dançavam.


- Fontes Existentes:

Pinguela (fonte e lavadouro)
José Cardoso