Esquartelada de amarelo e azul. Cordão e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.
SELO:
Nos termos da Lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Avelãs de Caminho - Anadia».
Freguesias do concelho de Anadia
Esquartelada de amarelo e azul. Cordão e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.
SELO:
Nos termos da Lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Avelãs de Caminho - Anadia».
AVELÃS DE CAMINHO:
Avelãs de Caminho é uma freguesia portuguesa do concelho de Anadia, com 6,27 km² de área e 1 236 habitantes (2001). Densidade: 197,1 h/km².
Em pleno coração da Bairrada, Avelãs de Caminho surge, muitas vezes, referenciada como uma pequena freguesia do concelho de Anadia.
Contudo, a sua dimensão, não a impediu de ser, em momento algum da sua longa história, povoação de certa importância. A sua integração nesta riquíssima região bairradina e o facto de conviver de perto com uma importante Via Militar Romana, que ligava Conimbriga a Bracara Augusta (Braga), fez com que o seu nome figurasse na história ao longo dos séculos, chegando mesmo a ser concelho, em 1835. De salientar, também, que o facto de a zona onde se inscreve a actual freguesia de Avelãs de Caminho ser generosamente fertilizada pelas águas dos rios Cértoma e da Serra.
HISTORIAL:
A freguesia de Avelãs de Caminho tem um passado histórico muito rico, aparecendo já nas crónicas romanas do tempo de César Augusto que se referem a "Avellanum". De facto é de crer pela documentação da região de Águeda antes do século XII, que o povoamento deste lugar seja muito remoto, apesar de não haver nela alusões a ele, sendo, ao que parece, a primeira conhecida (por perda das anteriores que houvesse) a da carta de couto de 14 de Fevereiro de 1132 por D. Afonso Henriques ao bispo conimbricense D. Bernardo para Barrô e Aguada, na qual se lê que Aguada dividia com Avelãs de Caminho e Avelãs de Cima, já de termos existentes, próprios e separados. Nesta carta citam-se também "Avelanas de Susanas" (Avelãs de Jusã ou de Jusãs, com bem remota silepse de número) este determinativo sem dúvida se refere a uma notável via antiga que aqui passava. Aquela via, que seria por isso a estrada romana de Aeminium a Cale, era de facto, o "caminho" mais seguido em toda a região, e daí que o determinativo "de Baixo" se substituísse por "do Caminho". Este "caminho" faz parte de um episódio e drama notável da primeira metade do século XIII, e, com ele, a própria povoação de Avelãs do Caminho, no qual figura a aliciante concubina de D. Sancho I, D. Maria Pais, a Ribeirinha dos literatos.
Avelãs de Caminho foi concelho de origem senhorial e medieval. Depois do século XVII, o senhorio encontrava-se em casa dos Marqueses de Marialva, que nomeavam ou punham as justiças na vila. Esta governava-se no cível por dois juízes ordinários e mais oficiais da câmara e escrivães, tabeliões e alcaides.
A povoação formou pequeno concelho, tendo obtido Foral manuelino, em Lisboa, a 13 de Novembro de 1514.
TOPONÍMIA:
A primeira referência a Avelãs de Caminho de que há registo, remonta ao tempo de César Augusto onde se refere "Avellanum" como a região da foz do Rio da Serra. Esta região, seria, por altura da ocupação Romana, rica em Aveleiras o que lhe daria certamente aquela designação. Daqui e até ao estabelecimento da forma final, a denominação da povoação iria passar por "Ave1anas" no séc. X, "Ave1anas de Susanas" (Avelãs de Baixo) no séc. XII, e no século seguinte encontram-se referências várias a "Ave1anis de Jusanis" (Avelãs de Jusão ou a Jusante). No foral de D. Manuel I, em 1514, aparece já com uma grafia próxima da actual "Avelãs do Caminho". O designativo "do Caminho", surge já no final da Idade Média, como forma de melhor identificar o sítio dentro da zona que hoje constitui as freguesias de Avelãs de Caminho e Avelãs de Cima. O "Caminho" refere-se como já vimos à Via Romana, actua1 EN 1.
A tradição diz-nos que o nome de avelãs de Caminho provém do facto de em tempos recuados existirem nas proximidades desta localidade, numerosas árvores chamadas aveleiras ou avelaneiras.
Além disso, há ainda um outro episódio que a tradição nos transmitiu e que tem certo interesse:
Outrora, quando os passantes se aproximavam daqui e perguntavam qual era o caminho mais curto e indicado, a percorrer, para chegarem a determinada povoação, vila ou cidade, a resposta era invariavelmente esta: ”ides pelo caminho das aveleiras e assim chegareis lá com mais facilidade”.
Estas duas últimas versões são testemunho da tradição popular.
SELO:
Nos termos da Lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Ancas - Anadia.
(Igreja Ancas - foto 2005)
(escultura de calcário, da Virgem com o menino séc. XV, pertencente à capela de Ancas)
- Cruzeiros:
Há dois cruzeiros em Ancas, com datas quase invisíveis, mas que apontam para o ano de 1668. Existe um no adro e outro na rua do cruzeiro, na saída para a Fogueira.
As colunas são do tipo dórico, cruz singela, base de alçado pentagonal, notando-se naturalmente, reformas ao traçado original.
(cruzeiro do largo da igreja)
(Fotos 2005 - Lagoa do Paúl)
- Cultura:
Possui um club e Junta de freguesia.
Nos finais da Monarquia, 1904, é criado o Club D’Ancas, no dia 8 de Dezembro, sendo hoje a mais antiga associação cultural do concelho.
(EB 1 de Ancas)
- Saúde:
Esta Freguesia tem uma Farmácia e uma Unidade de Saúde. O Hospital de Anadia é a solução para os casos de maior gravidade.
(Posto Médico)
- Desporto:
Esta vertente está ao cuidado de várias entidades. São elas: o Desportivo de Ancas fundado em 1946, o Clube de Ancas e o Clube de Caça, Pesca, Campismo e Caravanismo de Ancas.Chanfana, Leitão assado acompanhado sempre pelo bom vinho da região;
- Festividades:
Ancas tem, como padroeira Nossa Senhora da Assunção realizando uma festa em sua honra no dia 15 de Agosto. No dia 11 de Novembro realiza-se a festa de S. Martinho; a de S. Geraldo é festejada cinquenta dias após a Páscoa e a de Nossa Senhora de Vagos na última sexta-feira de Agosto.
(Romaria de Nossa Senhora de Vagos em Ancas)
- Antigas fontes da freguesia de Ancas:
(Vista lateral da fonte )
(Vista frontal da fonte )
Fonte do Mouchão – 1960
(Orago - N. Sra. da Assunção)
ANCAS:
Ancas é uma freguesia portuguesa, do concelho de Anadia, com 6,34 Km² de área e 757 habitantes (2001). Densidade: 119,4 h/km². É a freguesia menos habitada do Concelho de Anadia.
HISTORIAL:
Ancas assenta numa pequena elevação e dista cerca de 6 Kms da sede do concelho; dada a sua localização sugere-nos a existência de civilização castreja e dolménica nos arredores.
Já existia no séc. XII, século da sua iniciação paroquial. Segundo, um documento originário do cartório de Santa Cruz de Coimbra trás a doação - da "villa" de Enchas, Encas, Ancas – finalmente, feita por D. Afonso Henriques, em Novembro de 1143, a D. Marina Soares. Os limites aí indicados, relativamente fáceis de identificar no terreno, fazem a referência a “locus dictus” e a povoações como Sá (de Sangalhos), Mogofores, Paredes e S. Lourenço.
Em 1561, aparece naquilo que chamamos hoje o mais antigo mapa de Portugal. De realçar que é a única terra do actual concelho de Anadia que aí consta.
No século XVIII era lugar da Província da Beira, Bispado de Coimbra, Arcediago do Vouga, Correição de Montemor, provedoria de Esgueira, termo da Vila de Recardães.
O pároco da freguesia, detinha o cargo vitaliciamente com o título de prior, sendo apresentado pela casa de Aveiro, que detinha o direito de padroado. No reinado de D. José com a condenação do Duque de Aveiro passou a Padroado Real.
Com a Revolução liberal, toda a divisão anacrónica do reino em pequenos concelhos, muitos dos quais sem continuidade geográfica, com pequenas parcelas encravadas no meio de outros, terminou.
Ancas que pertenceu primitivamente ao concelho de Recardães, passa a fazer parte do concelho de S. Lourenço do Bairro, sendo nesta altura incorporado no concelho de Anadia em 31 de Dezembro de 1853, em virtude do decreto que extinguiu o concelho de S. Lourenço do Bairro.
TOPÓNIMO
Enchas, no Inicio: Enchas... Encas... Ancas, foi esta a evolução do Topónimo da Freguesia
(altar da igreja de S. Martinho - foto 2005)
- Solar dos Távoras:
Viveu em Amoreira, a nobre família dos Távoras e algum dos seus descendentes, mais conhecidos pela família Tavares Ferrão.
O primeiro proprietário de vulto da casa dos Távoras de Amoreira da Gândara que nos aparece referenciado e Afonso Vicente, homem da privança de Gonçalo de Gamide, escrivão da Puridade de EI-Rei D. João I. Sabe-se que Afonso Vicente o acompanhou na tomada de Ceuta e por tal recebeu mercês de D. João , D. Duarte e D. Afonso V, bem como exerceu o oficio de escrivão das Sisas de Aveiro, cargo de que D. Duarte lhe mandou passar carta em Almeirim aos 16 de Dezembro de 1433, confirmada em Santarém aos 22 de Agosto de 1439. Ora Afonso Vicente foi senhor de dois casais em Amoreira da Gândara, senhorio que nos aparece citado no foral de Sangalhos, que D. Manuel assinou e datou em Lisboa a 20 de Agosto de 1514. Textualmente diz-nos isto o documento:
"tirando dois cartazes de Afonso Vicente, que pagão sabido dois capoens e pao sabido a saber de cada hu: outtro alqueires e metade trigo e a outra de centeo». Sabe-se ainda que estas terras eram separadas pelo rio Real e, a ter em conta o testemunho do seu 4° neto o licenciado Custódi o Fernando das Neves, mandou edificar no do lado norte sua moradia, mais dizendo que seu antepassado "houve de gran poder e fama», cultivando e povoando toda a zona que dantes eram matos bravios. Outro documento a salientar data de 1768, quando se fez um levantamento dos bens de D. Maria Angélica das Neves, viúva do doutor Manuel Afonso Vicente. Nele voltam a aparecer os citados casais, afirmando-se que no lado norte situam as casas de habitação, casa de lagares, estrebarias e mais dependências. Afonso Vicente casou com Catarina Lopes e teve de urn filho, Vasco, herdeiro das fazendas de seu pai, e uma filha; Catarina Afonso, mulher que foi de Martim Gomes Mexia, filho de Lopo Vaz Mexia. Ora ate a segunda metade do século XVIII e como já deixamos atrás citado, não nos aparecem os apelidos de Mendonça Ferrão e Castelo-Branco. Não excluímos a hip6tese de ter havido um casamento no século XVII com os Tavares de A veiro, algum descendente de Francisco de Tavares e sua mulher D. Joana de Távora, instituidores da capela-panteão no convento de Jesus de A veiro, segundo 0 letreiro existente que data essas obras de 1592. Para este trabalho e 0 que interessa e que a pedra de armas, com os quartéis esculpidos, data dos finais do século XVIII, talvez mesmo dos primeiros anos do século XIX, se atendermos que se encontra inserida num cunhal de cantaria de construção simples de rés do chão e l° andar. Durante a guerra civil era senhor da Casa Real, coronel de Milícia da Figueira da Foz, cavaleiro da Real Ordem de Nossa Senhora da Conceição, que se bateu no cerco do Porto pelo Senhor D. Miguel e foi Morgado de Recardães e Fontechans. 0 filho deste, José Pintio de Tavares Ferrão Castelo-Branco, senhor da quinta da Silveirinha, em Veiros, não só herdou todas as honras de seu pai, como foi ainda senhor das Casas das Tenentas, em Anadia, e da Sepins, casando com a filha do Bacharel Fernando Afonso de Almeida Coutinho, da casa dos Capitães-Morés de Anadia, e sendo estes pais do já citado D. Fernando de Tavares e Távora.
Armas e Dados Genealógicos
Em estudo francês esquartelado, rematado pelo coronel de nobreza, lêem-se os seguintes nomes:
(Solar dos Távoras - foto 2004)
(Brasão da casa dos Távoras - foto 2004)
- Educação:
Em relação à educação, a freguesia possui um jardim de infância e duas escolas primárias.